Ao aproximar estudantes e professores da prática da ecologia integral, iniciativa expande a consciência ambiental e o compromisso com a Amazônia
O mês de setembro, que marca o início da Primavera, foi de celebração para o Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental (Sares) ao formar os primeiros multiplicadores do curso Polinizadores da Ecologia Integral. A iniciativa, realizada pela primeira vez na Escola Superior Batista do Amazonas (Esbam), reuniu 55 participantes e teve como culminância uma ação humanitária voltada para pessoas acometidas pela intensa estiagem no estado, num gesto concreto de solidariedade.
Para marcar a finalização do curso, o Sares organizou uma campanha para levar água, alimentos, brinquedos e um reservatório de água potável à comunidade indígena Yupirungá Karapãna, localizada na região do Tarumã-Açu, em Manaus (AM). A ação buscou amenizar o sofrimento causado pela seca, que tem impactado diretamente a vida de povos indígenas e ribeirinhos.
O curso Polinizadores da Ecologia Integral, composto por seis módulos, foi concebido com o objetivo de formar multiplicadores da ecologia integral, incentivando a promoção do cuidado com o meio ambiente e práticas sustentáveis em diversas comunidades. Os facilitadores do Sares, juntamente com professores convidados, abordaram temas como: mudanças climáticas, direitos dos povos amazônicos, e os impactos de megaprojetos na região. Os materiais de referência incluíram os documentos Laudato Si’, “Querida Amazônia” e a recente Laudate Deum, propondo uma metodologia que mesclava teoria e prática.
Ao final da formação, os participantes apresentaram artigos sobre suas experiências e reflexões, consolidando a ideia de que cada um pode ser um agente transformador em sua própria realidade.
Para os estudantes da Esbam, a experiência proporcionou uma imersão nas realidades indígenas e socioambientais da Amazônia. Dayse Ribeiro, aluna do 6º período, destacou a importância do contato direto com a comunidade Karapãna: “A visita nos proporcionou um ambiente de vasto conhecimento, uma vez que tivemos uma aproximação direta com esses povos pelos quais lutamos pela emancipação, liberdade e direitos. Isso foi de suma importância, e espero que possamos ter mais ações como essa.”
Já Jéssica Abensur, finalista do curso de Serviço Social, ressaltou a relevância da experiência tanto no âmbito acadêmico quanto pessoal: “Pude observar de perto as expressões da questão social, que são peculiaridades da comunidade tradicional, conseguindo concatenar a teoria com a prática. Tanto no pessoal quanto no profissional, foi uma experiência inigualável. Espero fazer parte de futuros projetos do Sares.”