O tema da conferência proferida pelo professor Flávio Munhoz Sofiati (foto), da Universidade Federal de Goiás, na segunda noite da Semana de Teologia da Unicap foi “Juventude, cultura e mídias sociais”. O evento foi prestigiado pelo pró-reitor Comunitário, Pe. Lúcio Flávio Cirne, e pelo diretor do CTCH (Centro de Teologia e Ciências Humanas), Degislando Nóbrega.
O sociólogo começou a sua apresentação respondendo a pergunta: Quem são os jovens? Segundo ele, a juventude é filha da modernidade. “Jovem é uma categoria concreta e juventude, uma categoria abstrata, que muda conforme o contexto histórico”, frisou, acrescentando que juventude é uma fase da vida, uma força social renovadora e um estilo de existência. “Os jovens são, ao mesmo tempo, elo e transição”, ressaltou.
Em seguida, o professor Sofiati respondeu a pergunta: Como atuam os jovens? De acordo com ele, os jovens não têm envolvimento com o status quo, mas não são revolucionários. Por natureza, não são progressistas nem conservadores. “Estão prontos para vivenciar novas oportunidades”, destacou, apresentando a atuação da juventude ao longo da história no país.
Para o sociólogo, a juventude pós-moderna (jovens dos anos 1990) teve um distanciamento das grandes utopias transformadoras. “Esses jovens buscam, de forma legítima, a preservação da individualidade. Não abrem mão de seus desejos e é através das atividades culturais que desenvolvem novas formas de ação social. Os jovens pós-modernos constituem a geração da internet, têm íntima relação com as novas tecnologias. São de uma geração pós-utopias, individualista e altamente competitiva”, afirmou.
Segundo o professor Sofiati, as principais características do mundo contemporâneo são a instabilidade, falta de perspectiva de futuro, enfrentar os perigos do mundo urbano. Tudo isso leva a um esvaziamento do tempo futuro como espaço propício para a construção de um “projeto de vida”, reforçando o imediatismo. “No espaço juvenil, essa ideia ganha força e o presente estendido torna-se o futuro imediato para vivência plena da vida a partir dos impulsos do sentimento. Dessa forma, assiste-se ao esgotamento da perspectiva do futuro como espaço para definição do sujeito. O que vale é o “aqui e agora”, havendo supervalorização dos sentidos”, concluiu.
Fonte: Unicap