As maiores autoridades do Brasil e do mundo sobre Maria se reuniram no Recife (PE), durante o Simpósio Internacional de Mariologia, promovido pela Unicap (Universidade Católica de Pernambuco) e pelo Santuário Arquidiocesano de Nossa Senhora de Fátima. Os teólogos discutiram o tema Maria no mistério de Cristo e da Igreja.
Lina Boff, teóloga, analisou que muitas vezes Maria é distanciada da ideia de povo nas narrativas. “Nós precisamos saber que essa Maria nasceu assim, nasceu no meio do povo, nasceu no meio das outras mulheres, ela foi uma mulher casada como todas as outras.” Boff acredita que é importante ver a Maria histórica e recolocá-la em seu lugar.
A Unicap, que sediou o evento em maio, está localizada em um complexo educacional onde está o primeiro santuário do mundo dedicado à Nossa Senhora de Fátima. Para padre Antonio Mota, reitor do Santuário, o momento atual “é uma ocasião de celebrarmos o ano mariano no Brasil, 300 anos de Aparecida e também os 100 anos das aparições de Fátima em um contexto universitário como é a Universidade Católica, em sintonia com o Santuário”. E acrescentou: “Tudo é um complexo da missão jesuítica aqui no Brasil.”
“Nós precisamos saber que essa Maria nasceu assim, nasceu no meio do povo, nasceu no meio das outras mulheres […]”
Lina Boff, teóloga
Salvatore Parrella, presidente da Pontifícia Facoltà Teologica Marianum (Roma/Itália) e considerado um dos maiores mariólogos em atividade, expressou sua felicidade em estar entre os brasileiros e destacou a importância das datas comemorativas das aparições: “Existe a força do simbolismo. As aparições são um desafio à razão e ao racionalismo cego, são eventos de presença, de visita e comunicação”.
As devoções marianas são também um objeto de estudo e aprofundamento em ambientes de academia, trazendo para dentro das faculdades imensa sabedoria popular, como comenta padre Pedro Rubens Ferreira de Oliveira, reitor da Unicap. “Uma universidade deve ser o encontro de muitos saberes. Não só os científicos, mas de muitos saberes da humanidade.”
Na linha dos saberes populares, o Simpósio contou com a presença de Zé Vicente, cantor e compositor que trouxe músicas relacionadas à Maria. Zé Vicente afirma que essas são canções da comunidade, canções do compromisso social, canções da nossa esperança, da nossa utopia. Ele afirma que, “em um dado momento de tanta crise que nós atravessamos, Maria pode trazer uma luz porque viveu em um tempo assim”. E completa: “Creio que é essa a nossa missão aqui.”
Fonte: Unicap (Recife/PE)