A Unicap (Universidade Católica de Pernambuco) sediou o Fórum das Instituições de Ensino Superior Comunitárias do Nordeste, no dia 2 de setembro. O encontro teve como principal objetivo viabilizar a formação de uma rede que reúna e fortaleça as IES (Instituições de Ensino Superior).
O Fórum contou com a presença do secretário de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres), do MEC (Ministério da Educação), Maurício Costa Romão, da diretora de Políticas Regulatórias da Seres, Simone Horta Andrade, e da economista Tânia Bacelar. Reitores e gestores de Instituições de Ensino Superior Comunitárias do Nordeste, Sul e Sudeste, também participaram do encontro.
O reitor da Unicap e presidente da Abruc (Associação Brasileira das Universidades Comunitárias), padre Pedro Rubens Ferreira de Oliveira, ressaltou que a criação da Rede das Comunitárias do Nordeste vai permitir uma melhor articulação dessas instituições a partir da Lei das Comunitárias e dar maior capilaridade à Abruc na Região.
“[…] a criação da Rede das Comunitárias do Nordeste vai permitir uma melhor articulação dessas instituições a partir da Lei das Comunitárias e dar maior capilaridade à Abruc na Região”.
Pe. Pedro Rubens Ferreira de Oliveira, reitor da Unicap e presidente da Abruc
O professor Martinho Kelm, presidente do Comung (Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas) e membro da diretoria da Abruc, falou sobre as perspectivas das instituições com relação ao Fies (Fundo de Financiamento Estudantil). “Nosso sentimento é de grande preocupação. Nós apostamos nesse programa, em termos de apoio ao Governo Federal. Eu acho que é um excelente programa em termos de ampliação das possibilidades. Há um conjunto bastante vasto de alunos que não teriam condições de estudar, então nós organizamos estruturas para que possamos atender e, agora, nós estamos com um atraso muito significativo, que começa a comprometer todo o planejamento do ano de 2016”, afirma.
Segundo ele, a expectativa é que isso possa ser rapidamente resolvido. “ Nós, já estamos no mês de setembro e ainda não foram abertos os aditamentos para o segundo semestre. Então, o que temos sim é um sentimento de grande preocupação em termos de repercussões que podem gerar, não somente para o semestre em curso, mas também em termos de confiança no programa para o semestre seguinte. Ou seja, até que ponto as universidades manterão esse grau de comprometimento e de confiança em um programa que nós não temos um mínimo de segurança com relação ao fluxo do recurso”, complementa.
O reitor da Univali (Universidade do Vale do Itajaí), localizada em Santa Catarina, Mário César dos Santos, questionado sobre como as regionais estão se articulando para minimizar esses problemas junto ao Fies, respondeu: “O Sistema Acafe (Associação Catarinense das Fundações Educacionais), com suas 16 fundações educacionais em nosso estado, tem feito reivindicações constantes, tentando unificar uma série de procedimentos, especialmente, na redução de custos. Com isso, temos feito vários esforços conjuntos, até para que nós possamos nos solidificar como estrutura associativa e, com isso, pelo menos tentar enfrentar grandes concorrentes da iniciativa privada”.
Após o almoço de confraternização com os participantes do encontro, os representantes do MEC, Maurício Romão e Simone Horta, abordaram questões sobre o ensino superior no Brasil, que contempla cerca de 2.500 instituições e quase oito milhões de alunos, o que equivale, segundo Romão, a um volume maior que a população de 147 países, “assumindo dimensões desproporcionais”, revela Maurício.
Para ele, “as Comunitárias têm prevalência no Brasil, possuem um protagonismo muito forte, porque são instituições de alta qualidade, que ofertam ensino à altura do que nós desejamos. E elas têm, naturalmente, que ter, a meu ver, alguns benefícios regulatórios que possam auxiliar no mister delas, que é oferecer ensino de qualidade. Então, estamos buscando descobrir esses benefícios para poder fazer uma regulamentação e uma supervisão com esse caráter mais de benefícios para essas instituições. Elas são sem fins lucrativos, têm aderência na comunidade, têm muita participação com os destinos locais e tudo isso tem que ser enaltecido, do ponto de vista da política educacional no país”, conclui.
Fonte: Assecom – Assessoria de Comunicação da Católica (Recife/PE)