A Unisinos recebeu homenagem no Banco de Alimentos em Porto Alegre, em 26 de novembro. Na abertura do evento, o presidente da Rede de Bancos de Alimentos do Rio Grande do Sul, Paulo Renê Bernhard, revelou que a instituição superou os 24 milhões de quilos de alimentos em 13 anos de atividades. “O nosso verdadeiro sucesso foi a mobilização da sociedade e a parceria com empresários e universidades”, afirmou.
O presidente frisou a importância de um trabalho comprometido e que evite desperdícios. “O processo de aproveitamento de excedentes de supermercados é um trabalho que começou em Porto Alegre e se tornou exemplo para o mundo inteiro. Buscamos o alimento que perdeu a capacidade de comercialização, mas não de aproveitamento. Hoje são 101 núcleos de Banco de Alimentos que fazem esse trabalho”, salienta.
A coordenadora do Banco de Alimentos, Denise Zaffari destacou a relação entre a Unisinos e o projeto, e apontou ações desenvolvidas pela universidade tendo como eixo principal a educação para as questões alimentares. O projeto foi baseado no Banco de Alimentos de Portugal e teve início no ano 2000. Em 2003, foi firmado o convênio técnico com a Unisinos. “Em 2009, outras universidades passaram a integrar o Banco de Alimentos, no entanto, a Unisinos continua sendo a norteadora da iniciativa”, frisou Zaffari, ressaltando ainda que “o projeto proporciona aos alunos vivências e experiências extramuros, iniciativa que melhora a qualidade acadêmica”.
O foco da relação da Unisinos com o Banco de Alimentos está em contribuir para a promoção e manutenção da saúde de crianças e adolescentes. Nessa linha, quatro projetos são desenvolvidos para públicos específicos:
- Nutrindo o amanhã – trabalha com crianças e adolescentes.
- Oficina do sabor – direcionado a crianças, adolescentes, pais, cuidadores e educadores.
- Primeiros passos – desenvolvido para bebês de 4 até 24 meses.
- Cozinha nota 10 – voltado para instituições.
Além desses projetos, a Unisinos realiza atendimentos especiais a crianças com obesidade, baixo peso, anemias, intolerância à lactose, alergia à proteína do leite e doenças cardíacas. A universidade também se preocupa em esclarecer dúvidas, por meio de capacitações e oficinas de orientação sobre doenças que podem ser controladas a partir de uma alimentação saudável. Até julho de 2013 foram realizadas 150 dinâmicas de educação alimentar e oficinas de capacitação. Nesse mesmo período, 49 instituições foram beneficiadas pelo projeto.
Padre Marcelo Fernandes de Aquino, reitor da Unisinos, durante o evento
O reitor, padre Marcelo Fernandes de Aquino, agradeceu a oportunidade de a Unisinos somar ao projeto Banco de Alimentos, e destacou os trabalhos sociais da universidade. “O desafio é que todos os processos educativos da Rede ASAV (Associação Antônio Vieira) não permitam o desperdício, que é uma chaga social. O que a gente desperdiça falta na mesa de outras pessoas”, lembrou o reitor, que destacou a importância de aliar teoria e prática. “Essa costura entre a sala de aula e a extensão deve ser uma retroalimentação cultural e pedagógica para os cursos”. Por fim, padre Marcelo mencionou ainda a questão da alimentação relacionada à medicina preventiva.
Quem fez o encerramento do evento foi o presidente do Banco de Alimentos de Porto Alegre, Antônio Parissi, que declarou que o projeto não consegue livrar as pessoas da miséria, nem da pobreza absoluta, mas tem o poder de evitar que essas pessoas passem fome. “Essa união é o que está salvando a alimentação que era desperdiçada. Graças à universidade que saiu de seus muros e foi ao campo, para buscar resolver os problemas da sociedade”, encerrou.
Ao final do encontro, uma placa em homenagem à Unisinos foi entregue ao reitor, por Paulo Renê, que durante a solenidade declarou a admiração do Banco de Alimentos pela universidade.
Fonte: Unisinos / Foto: Rodrigo W. Blum