Está em andamento na Universidade Unisinos, o Congresso Continental de Teologia. A Hermenêutica cristã será um dos temas em destaque na programação. A conferência inaugural do Congresso foi feita no domingo, dia 7 de outubro, pelo Bispo de Jales (SP), Dom Demétrio Valentini.
Dom Valentini lembrou sua presença, 50 anos atrás, na abertura do Concílio Vaticano II na Basílica de S. Pedro e propôs que o mesmo espírito que inspirou os Padres Conciliares inspire também os participantes deste Congresso. “João XXIII soube fazer o Concílio com serenidade de espírito, concórdia fraterna, moderação nas propostas, dignidade nas discussões e prudência nas deliberações. Assim será este Congresso. Que este mesmo sentimento nos impregne esses dias para que este Congresso seja motivo de esperança.”
O evento reúne até o dia 11 de outubro teólogos da América Latina para celebrar os 50 anos de abertura do Concílio Vaticano II. Com o novo impulso dado por Aparecida à tradição latino-americana e caribenha, “o momento atual é muito oportuno para mobilizar a comunidade teológica no Continente, depois de anos particularmente difíceis, marcados por tensões, desencantos, falta de perspectivas, dispersão e inclusive certa desmobilização dos teólogos”, é que o se lê na convocação do Congresso.
A finalidade deste evento continental é, sobretudo, olhar para o futuro, um Congresso prospectivo, para questionar os desafios e as tarefas futuras da Teologia na América Latina a partir do novo contexto cultural, social, político, econômico, ecológico, religioso e eclesial.
As principais conferências do evento podem ser conferidas ao vivo, via internet, pois elas serão transmitidas, através de uma iniciativa do Observatório Eclesial do México. Para isso, basta ir neste link.
Concílio Vaticano II
O Concílio Vaticano II foi convocado no dia 25 de dezembro de 1961, através da bula papal “Humanae salutis”, pelo Papa João XXIII. Este mesmo Papa inaugurou-o, a ritmo extraordinário, no dia 11 de outubro de 1962. O Concílio, realizado em 4 sessões, só terminou no dia 8 de dezembro de 1965, já sob o papado de Paulo VI.
Nestas quatro sessões, mais de 2 mil prelados convocados de todo o planeta discutiram e regulamentaram vários temas da Igreja Católica. As suas decisões estão expressas nas 4 constituições, 9 decretos e 3 declarações elaboradas e aprovadas pelo Concílio. Para muitos estudiosos, é esperado que os jovens teólogos dessa época, que participaram do Concílio, salvaguardem a sua natureza; depois de João XXIII, todos os Papas que o sucederam até Bento XVI, inclusive, participaram do Concílio ou como Padres conciliares (ou prelados) ou como consultores teológicos (ou peritos).
Em 1995, o Papa João Paulo II classificou o Concílio Vaticano II como “um momento de reflexão global da Igreja sobre si mesma e sobre as suas relações com o mundo”. Ele acrescentou também que esta “reflexão global” impelia a Igreja “a uma fidelidade cada vez maior ao seu Senhor. Mas o impulso vinha também das grandes mudanças do mundo contemporâneo, que, como “sinais dos tempos”, exigiam ser decifradas à luz da Palavra de Deus”.