Testar, testar e testar. Essa é uma das recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) para auxiliar no combate à pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Porém, no Brasil, há uma limitação de estrutura para a realização de testes para identificar os casos da doença, o que dificulta a realização de cálculos que apontam o real avanço do surto do vírus no país. Com o objetivo de ampliar a capacidade de diagnóstico em São Leopoldo (RS) e nas cidades vizinhas, a Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), o Parque Tecnológico de São Leopoldo (Tecnosinos) e a Hemocord, empresa de biotecnologia e banco de células-tronco, formaram uma parceria para a realização do processamento de testes para diagnosticar a doença.
De acordo com a diretora do Tecnosinos, Susana Kakuta, um dos principais gargalos neste momento de pandemia é a testagem. “Os testes estão sendo realizados nas pessoas que estão em estados mais graves. Precisamos ampliar a capacidade. O laboratório vai ajudar a eliminar esse gargalo no diagnóstico”.
Os testes para diagnóstico do novo coronavírus serão processados no laboratório do Hemocord, em parceria com a Escola de Saúde da Unisinos. Como forma de ampliar a capacidade, durante a pandemia, também serão utilizados equipamentos do Instituto Tecnológico Nutrifor (itt Nutrifor). Além disso, o espaço vai contar com voluntários das Escolas de Saúde e Politécnica da Unisinos, que vão auxiliar na operação. Com isso, será possível ter um sistema de testes que opere 24 horas por dia.
Para a decana da Escola de Saúde da Unisinos, Rochele Rossi, a iniciativa é uma oportunidade de aplicar recursos para minimizar os efeitos do novo coronavírus. “A partir do aumento do número de testes e, consequentemente, de diagnósticos, vamos ter uma avaliação mais efetiva do avanço da pandemia, além de possibilitar o planejamento de novas ações”, afirmou.
O sistema de coleta dos exames será realizado pelos municípios. “As prefeituras realizam a compra do kit e realizam a coleta do material para coronavírus. Em seguida, o material será encaminhado para o laboratório, que vai fazer o processamento dos testes. É uma grande parceria, que pode dar vazão, não só para São Leopoldo, mas também para Esteio, Sapucaia do Sul e municípios do entorno que tenham baixa ou nenhuma capacidade instalada para a realização dos testes”, explica Susana Kakuta.
O secretário de Saúde de São Leopoldo, Ricardo Charão, comemorou a medida, uma vez que o número de pacientes testados ainda é baixo. “Com o processamento dos testes, vamos ter o dimensionamento real da pandemia na cidade. Além disso, vai agilizar a tomada de decisão clínica que, atualmente vem sendo realizada por meio do protocolo de sintomas recomendado pelo Ministério da Saúde”.
A iniciativa faz parte de uma série de ações institucionais que estão sendo desenvolvidas no ecossistema de inovação da Unisinos (Tecnosinos), como forma de prevenção contra a Covid-19 e a preservação da saúde e do bem-estar da comunidade.
Fonte: Unisinos
Foto: Yuri Panichi