Por Pe. Raul Paiva
A Misericórdia – Condição Fundamental do Evangelho e chave da vida cristã
Cardeal Walter Kasper, SJ (Loyola / SP 2015, 23×16, 262 pp.)
O autor é teólogo reconhecido e presidente emérito do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade entre os Cristãos. Essa obra foi publicamente elogiada pelo Papa Francisco em sua fala no ângelus de 17 de março de 2013. A Misericórdia é “um tema atual, mas esquecido” (cap. I). Certo, há um “clamor pela misericórdia”, é um “tema fundamental para o século XXI”, embora “imperdoavelmente esquecido” e “sob a suspeita da ideologia” (Marx, Nietzche, darwinismo social), contudo “a empatia e a compaixão” são “como novos caminhos de acesso”. Quando aborda o esquecimento da misericórdia, o autor propõe limites ao pensamento, digamos, metafísico predominante na enumeração das “qualidades” divinas, que deixa de fora a qualidade essencial na revelação, a mesma misericórdia.
Experiência mística e psicanálise
Pe. Ricardo Torri de Araújo, SJ (Loyola / SP 2015, 21×14, 69 pp.)
O autor é docente na PUC-Rio e doutor em Teoria Psicanalítica pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). O livro introduz o leitor à possível resposta a uma pergunta que preocupou o próprio Freud: mística é psicose? Os fenômenos místicos são psicóticos? Para reestudar a questão, num capítulo introdutório, Araújo mostra que a psicologia tem sua palavra a dizer sobre a mística, sem pretender ser exaustiva, deixando espaço para a teologia espiritual ocupar com toda legitimidade. Trabalho para um público mais restrito, ele pode ser aproveitado por pessoas dotadas de curiosidade e interesse por este campo que une e separa a psicologia e a religião.
Sonhar, fantasiar, virtualizar – Do virtual psíquico ao virtual digital
Serge Tisseron (Loyola / SP 2015, 23×16, 181 pp.)
O autor é doutor em Psicologia, orientador de teses na Universidade de Paris, com obras traduzidas em 14 idiomas. Nesta obra ela afasta qualquer legitimidade ao temor difuso pelas tecnologias digitais, comparáveis, como ele mostra, às possibilidades de nossa própria mente. As tecnologias têm como modelo os nossos mesmos processos mentais. Estudar tais tecnologias à luz do “virtual psíquico” permite entender melhor os diferentes usos dos “games” e também da sua patologia, seu papel no aprendizado, e porque “viciam”. Obra necessária para psicólogos e educadores.
Política e Moral em Foucault – entre crítica e nominalismo
Mônica Loyola Stival (Loyola / SP 2015, Coleção “Filosofia”, 21×14, 314 pp.)
A autora é docente da Universidade Federal de São Carlos/ SP, e seu campo de pesquisa é, preferencialmente, filosofia política e história da filosofia moderna e contemporânea. Recentes polêmicas sobre as posições de Foucault em relação ao liberalismo tornam mais atual esta leitura crítica do grande filósofo, avaliando a dimensão política do seu pensamento. Contudo, Mônica dá alicerces diferenciados a seu estudo, debruçando-se sobre os pressupostos metodológicos e epistemológicos de Foucault. Obra para professores, alunos e estudiosos da filosofia e da história do pensamento no mundo contemporâneo.
Fonte| Edições Loyola