Instituto Confucius da PUC-Rio
Instituto ECOA PUC-Rio
Ao saber que éramos jesuítas, e que a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) é conduzida pela Companhia de Jesus, fomos gentilmente convidados pelo Sr. Wu Jianmin, presidente da Beijing Academy of Science and Technology, para conhecer o Observatório Antigo de Beijing (ou “Beijing Ancient Observatory”) – estabelecido no século XV durante a dinastia Ming, mais especificamente em 1442.
Tivemos uma extraordinária aula de história sobre a colaboração importantíssima fornecida pelos jesuítas aos diversos campos científicos durante a história da China, em especial, à astronomia.
A relação do Observatório Antigo de Pequim com os jesuítas é um capítulo importante da história científica da China no século XVII, quando missionários jesuítas começaram a chegar ao país, a partir de 1582, durante a dinastia Ming. A partir desse momento, os jesuítas, que eram muito bem treinados em astronomia, começaram a colaborar com os cientistas chineses em diversos campos, incluindo a astronomia, matemática e a construção de instrumentos científicos.
Em 1644, quando a dinastia Qing assumiu o poder, o imperador Kangxi (reinado de 1661 a 1722) convidou uma série de jesuítas para trabalhar na corte imperial. Esses missionários cientistas, como Matteo Ricci, Johann Adam Schall vonBell, Ferdinand Verbiest e outros, trouxeram novos conhecimentos e técnicas astronômicas ocidentais. Os jesuítas não apenas ensinavam astronomia e mecânica celestial, mas também ajudaram a melhorar os instrumentos astronômicos e a construir novos observatórios.
Assim, os jesuítas contribuíram na introdução de novos instrumentos, como os telescópios ocidentais, que foram integrados com as práticas e tecnologias tradicionais chinesas. Isso representou uma fusão única entre os conhecimentos científicos orientais e ocidentais. Um dos legados mais visíveis dessa colaboração é a presença de grandes instrumentos astronômicos de bronze no Observatório, como esferas armilares e outros dispositivos utilizados para medir os movimentos dos astros, que foram projetados ou aprimorados pelos jesuítas. Esses instrumentos estavam alinhados com a ciência europeia da época, mas também respeitavam as tradições chinesas.
Finalmente, o Observatório Antigo de Pequim não é apenas um marco histórico para a ciência, mas também uma demonstração de como a ciência, a cultura e arte interagem e convergem, por meio das tecnologias de cada período da história. Nesse sentido, com os novos conhecimentos sobre IA, as trocas internacionais serão fundamentais.
Desejamos que a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro seja protagonista nesse processo. Voe mais alto!
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