No dia 1º de novembro, a equipe do SJMR (Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados), de Boa Vista (RR), fez o acompanhamento e a orientação final de 26 imigrantes venezuelanos cadastrados e selecionados para participar do Programa Federal de Interiorização com destino a São Saulo. O grupo, formado por três casais e 20 homens solteiros, recebeu apoio da FAB (Força Aérea Brasileira).
A oportunidade de recomeço é um desejo comum entre todos os migrantes. Para Frankleibert Campos, de 25 anos, que está no Brasil desde março com a esposa, a mudança para São Paulo está carregada de esperança. “Quero me superar e seguir adiante, já que não consegui fazer isso no meu país, em decorrência da situação que estamos vivendo. Estou com muitas expectativas de trabalhar na área que estudei, com mecânica e manutenção e, assim, poder ajudar minha família na Venezuela”, conta.
Esse também é o sentimento compartilhado pelo casal de advogados Yanniret Cedeno, 35 anos, e Angel Aguilera, 44 anos, que migraram para o Brasil em busca de um futuro melhor. “Não é segredo que a situação na Venezuela está bem difícil. Tivemos que sair porque temos família. Graças a Deus, encontramos, no caminho, o apoio dos jesuítas, que sempre nos atenderam, nos estenderam as mãos e nos deram muita esperança. Hoje, estamos aqui esperando um voo para São Paulo, muito agradecidos, esperando melhorar nossa qualidade de vida e ajudar os familiares que ficaram na Venezuela”, relata Yanniret. Segundo Angel, conhecer os serviços prestados pelo SJMR foi uma verdadeira dádiva. “Recebemos 100% de apoio e, graças a essa assistência, conseguimos cadastrar o currículo. Temos esperança de chegar, lutar, nos esforçarmos para exercer nossa profissão”, confessa.
O técnico de enfermagem Roberto Castillo, 38 anos, chegou a Boa Vista há quatro meses e sofreu com a dificuldade de conseguir emprego. “A situação de saúde na Venezuelana está muito crítica. Eu, por exemplo, perdi minha mãe para um câncer de útero e não pude ajudá-la. Agradeço a Deus e aos jesuítas pela oportunidade, pois estou viajando com meu filho de 12 anos e uma filha de 19 anos, que está grávida. Desejo começar uma nova vida, de preferência, exercendo a minha profissão, me desenvolvendo e ajudando minha família. Estou com um pouco de medo, pois São Paulo é uma cidade muito grande, mas que tem muitas oportunidades”, observa.
Para o artista Jesus Vasquez, que também faz parte do grupo que participou da interiorização, o desejo é o de que a situação melhore não somente para ele, mas, também, para os demais conterrâneos. “Espero, de verdade, que as coisas melhorem a cada dia, esperando, com essa viagem a São Paulo, mais sucesso para os meus companheiros e, pessoalmente, para a minha carreira artística”, diz.
Fonte: SJMR (Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados)