Nestes dias de vento
Sem destino e documento
Precisamos do acalento
Pra curar a dor só o tempo
Neste momento, só o tempo
Mas passa tão lento
Precisamos do alento
Como o pão precisa do fermento
Nestes movimentos o fermento
Não é apenas um alimento
É preciso conhecer o sentimento
Que atravanca o corpo por dentro
Neste coração por dentro
Palpita em contentamento
A dor da gente é de sofrimento
Que grita vida adentro
Nestes mares adentro
Além das bússolas me oriento
Nas viagens sem mapas entro
Levo a esperança em dia cinzento
Neste dia tão cinzento
Que o sol se esconde no firmamento
Mudança de comportamento
O amor vive sempre em movimento.
Autor: Pe. Agnaldo Duarte, SJ