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Carta aberta dos povos indígenas para o Encontro da Província

  • Postado em: 23 de julho de 2021

Saudação fraterna aos participantes do Encontro da Província Brasil

“Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13, 1)

A palavra fim não significa apenas o término, o “derradeiro momento” do amor de Jesus, o Filho de Deus, mas quer precisar seu amor como amor-serviço-doação até as últimas consequências. Jesus vai ao extremo no amor. Trata-se de um amor sem medidas que não se restringe, nunca desfalece, supera distâncias, vence barreiras, vai além de todas as fronteiras. Em 1929, os jesuítas voltaram a atuar no mundo indígena e, em 1968, tiveram a coragem de, com a aprovação do Padre Pedro Arrupe (Superior Geral da Companhia de 1965 a 1983), fechar o Internato de Utiariti (MT), nos ares do Concílio Vaticano II. Assim, voltaram a morar nas aldeias indígenas, submetidos aos seus usos e costumes. Dessa experiência surgiu o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) que completa agora 50 anos, e tivemos como mártires na defesa da fé e promoção da justiça os jesuítas João Bosco Burnier (12/10/1976) e Vicente Cañas (06/04/1987), que nos inspiram como sinais para mais amar e servir. A vida doada de tantos missionários que souberam amar sem medidas como Jesus Cristo, com propostas políticas concretas e efetivas e, com gestos proféticos de partilha, testemunhavam uma solidariedade que foi reconhecida pelos povos indígenas.

Em Abya Yala – nome em língua Kuna para América –, as colônias e os estados nacionais cresceram massacrando e escravizando os povos indígenas e invadindo e depredando seus territórios. Também o Brasil cresceu invadindo território indígena e o governo brasileiro voltou com mais ganância a legitimar tais ações nos tempos atuais, usando métodos dos tempos coloniais, dividir para dominar. A nação brasileira não será democrática nem republicana sem uma reconciliação de base com os povos originários, e isso vinha acontecendo com a demarcação das Terras Indígenas, conforme a Constituição de 1988, ao reconhecer os direitos de usufruto dos povos indígenas sobre seus territórios tradicionais. São exatamente contra esses direitos que se insurgem o agronegócio, as mineradoras, as madeireiras, o narcotráfico etc. Aos sobreviventes indígenas duas alternativas históricas sobraram: a “integração à sociedade nacional”, que passa pela “desintegração” de suas etnias, ou seja, pelo genocídio e etnocídio que são históricos nessa terra de Santa Cruz; o isolamento, fugindo para as cabeceiras dos rios ou selvas mais profundas. São umas 170 referências de Povos Indígenas Isolados no Continente, das quais, segundo dados do CIMI e a FUNAI, mais de 110 estão no Brasil que é o país do mundo com maior número de Povos Isolados.

O Papa Francisco em seu encontro com os povos indígenas em Puerto Maldonado, Madre de Dios, Peru (19/01/2018), denunciou esta crítica situação atual: “Provavelmente, nunca os povos originários amazônicos estiveram tão ameaçados nos seus territórios como o estão agora. A Amazônia é uma terra disputada em várias frentes: por um lado, a nova ideologia extrativa e a forte pressão de grandes interesses econômicos, cuja avidez se centra no petróleo, gás, madeira, ouro e monoculturas agroindustriais”; “Desta preocupação deriva a opção primordial pela vida dos mais indefesos.”

Hoje, mais do que nunca, é preciso que os povos indígenas sejam tratados com justiça. Deste modo, é fundamental que a PL 490 (projeto de lei que altera as regras para a demarcação das terras indígenas) seja extinta e que a tese do marco temporal seja reprovada pelo Supremo Tribunal Federal no dia 25 de agosto de2021! Condenamos a política oficial que contribui para o extermínio dos povos indígenas nos dias atuais. Exigimos o cumprimento da lei que garante a demarcação das terras indígenas e assegura os seus direitos à consulta livre, prévia e informada para empreendimentos que os atinjam diretamente. Reafirmamos a necessidade da autodeterminação das etnias que conformam o mosaico da nossa diversidade étnica e cultural.

Os povos indígenas oferecem outra proposta, radicalmente contrária à quimera do desenvolvimento capitalista, individualista e depredador. O Papa Francisco convoca a uma conversão integral (Laudato Si´ nº 218), de corpo, mente e coração, para termos atitudes livres da ganância e voltarmos a uma vida de simplicidade: “cuidar dos valores culturais dos grupos indígenas deveria ser interesse de todos, porque a sua riqueza é também a nossa” (Querida Amazônia nº 37). São dois projetos que estão em confronto: Um a favor da terra para a Vida, outro a favor da terra para ser explorada e transformada em lucro. O verdadeiro bem-viver que os indígenas propõem se alicerça na convivência pacífica em um mundo justo, fraterno, solidário, sustentável baseado no respeito à natureza, à mãe terra, ao outro, à diversidade (Querida Amazônia nº 71). “Toda terra e seus bens a favor da Vida e da Paz!” Os povos indígenas são interlocutores fundamentais para o novo paradigma do cuidado da Casa Comum (Papa Francisco, Puerto Maldonado, 2019).

A Conferência das Províncias Jesuítas da América Latina nos “incentiva a todos para assumirmos o compromisso concreto e eficaz com as populações indígenas e com os povos da Panamazonia”. E a Província do Brasil, como consta em seu Plano Apostólico (nº 38.d.), quer trabalhar para “qualificar e apoiar nossas presenças apostólicas junto aos povos indígenas, através do serviço indigenista e em colaboração com os outros organismos afins”, como CIMI, REPAM, CEAMA, SJPAM etc. Por isso, convidamos a todos e todas, a sermos mais audaciosos e claros no nosso compromisso e defesa dos pobres, especialmente dos irmãos indígenas neste momento crítico de tantas ameaças, pois a nossa voz pode servir de apoio aqui e agora.

Jesuítas indigenistas missionários, 20 de julho de 2021.

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