Padre Anderson Antonio Pedroso, SJ, será empossado como novo Reitor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) no dia 30 de junho, às 18h (horário de Brasília), nos Pilotis da Ala Kennedy, Edifício da Amizade. Vice-Reitor Geral da instituição desde 2020, Pe. Anderson é também presidente do Conselho de Identidade e Missão (CIM). Como professor do quadro principal do Departamento de Artes & Design, o Reitor leciona a disciplina Fundamentos e Contextualização do Design, além de se dedicar no Setor de Cultura Religiosa, do Departamento de Teologia, ministra a disciplina Cristianismo e Judaísmo.
É formado em Teologia e Filosofia e doutor em História da Arte Contemporânea e Estética Filosófica, pela Faculté de Lettres de la Sorbonne Université. Mestre em Filosofia Estética (Philosophie de l’art), pela mesma universidade. Possui também licenciatura em Filosofia (Universidade do Sagrado Coração), em Bauru (SP), Graduação e Mestrado em Teologia (Pontifícia Universidade Gregoriana), em Roma (Itália), e mestrado em Filosofia Estética pela Sorbonne, em Paris (França). Pe. Anderson irá assumir o cargo anteriormente ocupado pelo Pe. Josafá Carlos de Siqueira, SJ, que atuou como Reitor de 2010 a 2022. A cerimônia, presidida pelo Grão-chanceler da PUC-Rio, o Cardeal Dom Orani Tempesta, O.Cist., Arcebispo Metropolitano do Rio de Janeiro, será transmitida ao vivo pelo canal da TV PUC no YouTube (https://youtube.com/c/TVPUCRio). Conheça mais sobre o novo Reitor na entrevista a seguir.
Como recebe sua nomeação para ser o novo Reitor da PUC-Rio?
Recebo com espírito de serviço. Sinto serenidade para o exercício da função, sendo, ao mesmo tempo, consciente de sua importância e envergadura. Algo importante neste momento é que não me sinto só. Bem ao contrário, sinto-me acompanhado por companheiros jesuítas (jovens e menos jovens) que trabalham ou já trabalharam na PUC-Rio, compondo sua história. De fato, esta nomeação evidencia a presença constante da Companhia de Jesus nesta universidade, desde sua fundação. Paradoxalmente, se dá uma renovação da instituição que confirma sua continuidade mais profunda. Também me sinto acompanhado pela a força criativa da própria comunidade da PUC-Rio que, em pouco tempo, aprendi a admirar.
Durante mais de dois anos como vice-reitor geral, procurei estar atento às pessoas, às estruturas e aos processos, em uma atitude de escuta profunda e, agora posso confessar, de prescruta… Descobri que, em sua diversidade, a comunidade da PUC-Rio (docentes, discentes, funcionários técnico-administrativos, colaboradores voluntários, antigos alunos e benfeitores), tem uma riqueza humana enorme. Temos pessoas competentes e conscientes de sua função profissional, dos quais muitos são comprometidos de maneira notável com nossa missão institucional.
Se eu pudesse sintetizar, diria que há generosidade e também muita esperança na comunidade da universidade. Creio que com estes dois ingredientes podemos dar continuidade ao processo de aprofundamento da “identidade e missão” (quem somos e a que viemos) da PUC-Rio. O objetivo é vislumbrarmos juntos uma “visão” nova para a universidade, que nos permita nos projetar em cenários contemporâneos que, sabemos, já despontam trazendo novas configurações de estruturas, temporalidades e sentidos – muitas delas inimagináveis há alguns anos.
A pandemia de Covid-19 teve influência neste sentido?
Na verdade, ela somente acelerou o diagnóstico e alguns processos. Com a experiência da pandemia, percebemos que, em muitas universidades, há uma busca tenaz por novas formas de existência, por novas metodologias, e por um ensino e uma pesquisa que tenham um impacto socioambiental efetivo, tanto no entorno (extramuros) quanto na sociedade como um todo. Enfim, a experiência fez despontar a busca por um ensino-aprendizagem mais imaginativo, capaz de efetivamente responder aos novos desafios culturais, socioambientais, econômicos e tecnológicos.
Em nosso caso, apesar da solidez da instituição e de sua certa estabilidade financeira, sabemos que temos, nos últimos anos, uma leve curva de diminuição de alunos oriunda de diversas causas que queremos aprofundar com honestidade e coragem. Como sabemos, há todo um cenário em torno da educação nacional que está muito fragilizado. Precisamos fazer algo para o bem de todos. Precisamos corresponder a nossa história, pois, de fato, em tempos difíceis e situações complexas vivenciados em nosso país, a PUC-Rio sempre despontou como pioneira em projetos educacionais, econômicos, socioambientais – para dizer alguns de maior envergadura histórica.
Neste sentido, também precisamos acolher os desafios conhecidos da cidade do Rio de Janeiro, com quem a PUC-Rio tem uma relação quase simbiótica – no melhor sentido da palavra. Quando ando pelos diversos espaços de nossa universidade, penso que temos aqui o ensaio permanente de uma pequena cidade (do grego, polis). Por certo, nosso campus Gávea, reconhecido como um dos mais belos, pode inspirar relações pessoais saudáveis, políticas públicas inovadoras e possibilidades de convivência cidadã mais humanizadas.
Além do campus Gávea, há outros espaços que integram a PUC-Rio?
Sim. Há o que começamos a chamar de “campus estendido” formado por espaços significativos no Alto Gávea (Centro Loyola de Fé e Cultura, Casa da Medicina, Centro de Pesquisas Matteo Ricci, antigo Colégio São Marcelo, etc.) e também, um pouco mais distante, mas não menos importante, a propriedade de 26 hectares na Reserva Biológica do Tinguá, em Nova Iguaçu.
Assim, temos muito trabalho pela frente, mas também uma responsabilidade que diz respeito a todos, não só à Reitoria da universidade. E, com esperança, posso afirmar que, por mais emblemáticas que sejam, a grande maioria das respostas para estas e outras questões já estão aqui, isto é, temos, na própria PUC-Rio, um material de excelência: pessoas competentes e comprometidas que formam esta universidade.
É dessa perspectiva que conto com todos os membros da comunidade da universidade, sem exceção, para que vejam, neste momento de renovação, a oportunidade de não só ajudar a manter, mas, sobretudo, de desenvolver mais a excelência acadêmica e humana que a PUC-Rio representa.
Nossa vocação como “universidade comunitária” (sem fins lucrativos) está baseada no desejo de servir à sociedade, formando novas gerações, desenhando performaticamente (na medida em que agimos) um modelo de universidade onde antigos antagonismos que nos foram transmitidos (espírito e corpo, fé e razão, arte e ciência, teoria e prática) sejam ultrapassados. Assim, permitiremos que a unidade fundamental da realidade que experimentamos, e de nossa própria humanidade, sejam manifestadas de maneira plena.
Qual a importância dessa missão para o senhor como jesuíta?
Trata-se de uma grande confiança da Companhia, da Igreja e da comunidade universitária. Atrás de cada uma destas instituições estão rostos muito concretos, pessoas que lançaram um olhar de confiança sobre a PUC-Rio e sobre o que eu humildemente posso contribuir.
Em meu caso, trata-se de uma mudança de lugar na missão. Na verdade, a missão para qual fui enviado em 2020 é a mesma e, com esta nomeação, continuará por alguns anos, se Deus assim o permitir. Espero que a comunidade da PUC-Rio se dê conta desta disponibilidade fundamental própria dos jesuítas – dita “apostólica” -, isto é, uma prontidão confiante que resulta em uma serenidade profunda, tanto para assumir postos de maior responsabilidade, quanto para voltar a postos de maior escondimento. Aos olhos de Deus, ambos, se feitos com amor, têm o mesmo valor.
De fato, assumir de forma máxima esta missão – da vice-reitoria para a reitoria – é também um grande desafio que, de alguma maneira, já deveria estar no horizonte desta missão. Isso se considerarmos que a formação dos jesuítas é reconhecida na Igreja como a mais longa, pois procura preparar-nos para os maiores desafios, em vista de um bem mais universal.
Antes de entrar na Companhia e, de certa forma, colocar-me à serviço da Igreja em sua dimensão mais ampla, tive a oportunidade de viver cerca de cinco anos à serviço do que chamamos, em linguagem eclesiástica, uma Igreja particular, isto é, uma diocese. Tive a sorte de ter um bispo jesuíta – um pai e amigo –, com quem aprendi muito sobre processos, compartilhando com ele a realização de projetos eclesiais e programas de formação. Muito cedo assumi responsabilidades na arquidiocese: reitor do seminário e cura da catedral e, em seguida, coordenador arquidiocesano de pastoral – o que corresponderia a um coordenador geral de projetos.
Foi uma verdadeira escola que contemplava de maneira especial o conhecimento local e o acompanhamento direto de processos (humanos, pessoais e coletivos ou comunitários). Olhando com certa distância, creio que isso me preparou e me ajudou muito a compreender as dinâmicas profundas que participam das instituições – que, independente de sua natureza, são sempre formadas por pessoas.
Então, finalmente são as pessoas que têm a responsabilidade de fazer a diferença e tornarem as instituições mais significativas?
Sim. Se identidade e missão de uma instituição dão a chave de leitura histórica para entendê-la de forma mais apropriada, ao mesmo tempo, são as pessoas que, efetivamente, determinam a qualidade de relações que se pode construir.
Neste sentido, por seu próprio nome, a universidade fala de relações universais e de pessoas diversas. Essas são movidas pela força da pluralidade e pela dinâmica constante da criatividade, para manterem-se unidas e ativas.
Assim, a Companhia de Jesus vê as universidades como lugares onde se configuram a cultura no que se refere à ética, à economia, à política, e ao próprio sentido da vida humana. Por isso, os jesuítas devem procurar estar presentes neste meio tão desafiador e, ao mesmo tempo, tão fascinante.
Nas Constituições da Companhia de Jesus (em suas Normas Complementares), há uma indicação de que o jesuíta presente na universidade trabalhe “com afinco, com imaginação e com fé”. Elas indicam que as universidades confiadas à Companhia devem distinguir-se por seus programas de formação humana, socioambiental, cultural e espiritual, pela atenção (pastoral) aos alunos e às pessoas que trabalham, frequentam ou dependem dela. Elas pedem que se promova a interdisciplinaridade, que implica colaboração e diálogo na universidade e também com outras universidades.
No último sentido, creio que precisamos estar cada vez mais conectados à rede de universidades e instituições de ensino superior pertencentes ou confiadas à Companhia de Jesus. Penso especialmente no Brasil: além da PUC-Rio, temos outras duas grandes universidades: a Unisinos (RS) e a Unicap (PE). Contamos também com Centros Universitários de notável excelência e reconhecimento em seus respectivos domínios: a FAJE (MG), a FEI (SP), e a Dom Helder (MG). Enfim, são instituições educativas distintas em vários aspectos, mas, em todas elas, de uma forma ou de outra, estão presentes, destinados para tal missão, jesuítas – e neles, a Companhia de Jesus.
Creio que precisamos continuar a promover maior integração e colaboração entre nós, além de sermos menos tímidos para apresentar nossa mensagem e nossa proposta educativa – dado o atual contexto nacional tão desafiador. Creio que o nosso país de alguma maneira espera esta voz qualificada em matéria de ensino superior que historicamente a Companhia de Jesus tem no Brasil e no mundo.
Como o senhor vê que as instituições de ensino superior, em particular a PUC-Rio, podem contribuir com uma renovada compreensão da fé cristã, e a emblemática figura de Jesus Cristo?
Esta é uma pergunta muito profunda, pois toca no que há de mais precioso do ato de fé professado pela Igreja: a busca de compreensão do “evento” histórico e teológico Jesus de Nazaré. A Teologia mesma é bastante entendida como fides quaerens intellectum, isto é, a fé que busca a inteligência – a razão própria (de si), e para além de si mesma. Em outras palavras, trata-se de uma adesão intelectual, mas que é também pessoal e afetiva, à pessoa (divina e humana) de Jesus de Nazaré, a seus ensinamentos e a seu estilo de vida – constante e generosamente entregue por amor à humanidade.
Esta figura fulgurante aparece – muitas vezes hoje – revestida de tantas capas, que acabam por encobrir sua simplicidade, profundidade e leveza, ou, em uma palavra: sua beleza. Assim, creio que podemos ajudar os jovens no “conhecimento interno”, como dizia Santo Inácio, que seus contemporâneos chamavam “Mestre”: um homem que ensina e forma com um amor desconcertante, porque era habitado por Deus.
Parece que esquecemos que Jesus de Nazaré era jovem. Que seu modo de viver e falar atraía e encantava os corações. Assim, se ele não atrair os jovens, é porque ele não é dado a conhecer de maneira apropriada. Conversando com meus alunos universitários, tenho a impressão de que, muitas vezes, a fé cristã lhes é apresentada com o viés negativo de imposição de leis, de cerceamento das liberdades pessoais, de discriminação das pessoas, como uma verdadeira prisão… Todo o contrário do que Jesus nos traz.
Nos Exercícios Espirituais, Santo Inácio fala da “vida verdadeira”. Hoje vemos o triste espetáculo de fundamentalismos religiosos e ideologias político-religiosas onde, os que reivindicam o título de cristãos, se revelam implacáveis no julgamento das pessoas e hipócritas em seu comportamento. Na universidade, eu tenho confirmado o que já desconfiava: os jovens são muito sensíveis a isso. Eles são inteligentes, perspicazes e sinceros. São mais livres de certas convenções sociais.
Qual sua visão sobre os jovens universitários, especialmente sua relação com a fé e a espiritualidade?
Vejo esta geração atual como mais flexível e tolerante em alguns pontos, mas, também com muitas fragilidades em outros, com uma capacidade de evasão sutil. Por isso, devemos nos aproximar dos jovens com respeito, cuidado e abertura que inspira confiança. A pandemia mexeu muito com eles. Precisamos escutá-los. Muitos guardaram para si a solidão, não puderam fazer processos, alguns me dizem que se sentem estranhos em casa… Falta diálogo. E diálogo começa com escuta. Ao mesmo tempo, eles são um reservatório de criatividade e esperança. E, por isso, precisamos ajudá-los na escolha de onde colocar suas esperanças, precisamos abrir possibilidades para sua criatividade (intelectual-científica, humano-afetiva), e, sobretudo, oferecer meios para que determinem que espaço a fé pode ocupar em suas vidas. Que ela seja um elemento integrador de suas personalidades e a força para lutar, para construir um percurso de vida feliz, sem esquecer de lutar pelos direitos dos que são mais vulneráveis na sociedade.
Assim, a universidade de hoje é um lugar onde a fé cristã e a espiritualidade podem ser conhecidas de outro modo, com outra linguagem. Vejo o quanto os jovens se interessam por alguns assuntos que estão próximos da vivência dos ensinamentos de Jesus: amar, acolher, não julgar, perdoar e promover o outro. Em uma sociedade narcisista e competitiva, a sede de liberdade e de felicidade própria dos jovens pode se converter em lugar de solidariedade.
A partir deste compromisso com o que é humano, pode-se chegar a conhecer aquele que quis se fazer humano: Jesus de Nazaré e sua mensagem fundamental de resgate de todo indivíduo. Consequentemente, penso que deveríamos entrar na universidade primeiro para aprender dos jovens: sua linguagem, seus anseios; a beleza de um olhar que olha para mais para frente, que quer viver e ser feliz. Se os escutarmos primeiro, e profundamente, poderemos ter sua atenção, lhes propor um horizonte de sentido maior, e cultivar a esperança de realizar algo bom nesta vida – junto com eles, em prol do bem deles e dos demais. Temos que aprender a colocá-los no centro, como ouvintes da Palavra e protagonistas da história.
Que Deus não permita que nem eu, nem os demais responsáveis por esta obra, errem com os jovens, especialmente os vulneráveis – o que inclui fragilidades como pobreza, insegurança, depressão, ansiedade…solidão. Não temos este direito. Eles são nosso tesouro. Nossa esperança.
A história da Companhia de Jesus passa pelas universidades. É quase um lugar fonte. Neste sentido, é interessante a própria experiência universitária de Santo Inácio: ele tinha passado por Alcalá e Salamanca, antes de chegar a Paris, onde ele foi conquistado pelo método. Tratava-se do “modus pariensis”, que era o mais livre (menos controlado pela Inquisição) e fazia o aluno pensar: basicamente tratava-se de alguma aula e muita “disputatio”, isto é, de debates públicos entre os alunos e também entre os professores. Enfim, uma educação que convidava os alunos à interação e à autonomia, não só à atenção e à repetição. Deviam usar muita imaginação, dando espaço para a criatividade. Isso indica um “aprender a aprender”. Isso ele trouxe para dentro da Ordem como experiência pessoal de ensino e aprendizagem, e, sem que ele pretendesse, foi a razão do sucesso da fundação de colégios e universidades. Quando ele morreu, das trinta obras confiadas à Companhia de Jesus nascente, creio que somente quatro não eram instituições de ensino.
Isso significa que a universidade é um lugar onde não há assunto que não possa ser conversado, dialogado, debatido ou pensado?
Exatamente. E no caso da PUC-Rio, os Pilotis foram o símbolo de organização estudantil, de resistência, durante o período de redemocratização. Hoje, precisamos desses lugares para que os jovens possam ter a oportunidade de se formar com um modelo humanista que não lhes setorize enquanto pessoas, mas, ao contrário, os realize em sua totalidade, em todas as dimensões de sua pessoa.
Enfim, em uma sociedade que tende à secularização massiva, a relevância da Igreja se relativiza com rapidez. Nesta dimensão, precisamos estar em contato com “tempos, lugares e pessoas”, por ser por onde passam as mudanças fundamentais da cultura. A universidade é, sem dúvida, um deles. Estou convencido de que a Companhia de Jesus precisa estar nestas fronteiras.
Nesta perspectiva, a PUC-Rio é uma chance para nós jesuítas brasileiros. Seu “ecossistema” de alguma maneira nos é conatural na própria estrutura orgânica: fala de autonomia e unidade profunda; de liberdade de pesquisa e compromisso ético; de transcendência do ser humano e de sentido de justiça socioambiental. Enfim, fala de uma excelência em pesquisa acadêmica que não se rende a lógicas puramente mercadológicas, mas que quer cultivar a sensibilidade humana dos estudantes para que assumam, onde estiverem, compromissos com as pessoas socioeconomicamente mais vulneráveis. Em tudo isso há certamente um grande trabalho em torno de muita energia que precisa ser constantemente equilibrada. Entender isso e contribuir com o equilíbrio e desenvolvimento deste “ecossistema” me parece uma das mais belas missões. Sou grato por esta oportunidade, e conto com a ajuda de todos os que, com reta intenção, queiram nos ajudar.
O que a comunidade educativa pode esperar da sua gestão como reitor da PUC-Rio?
Gosto de fazer uma distinção entre expectativas e esperanças. Se as primeiras podem nos fechar no desejo do outro, e, assim, provocar angústia ou decepção, as esperanças nos movem em um horizonte aberto, onde há liberdade para novas configurações. Assim, a pergunta do que esperar de minha gestão, tomaria um viés coletivo, talvez suscitando sem medo novas perguntas, mas perguntas mobilizadoras, como por exemplo: como nos propomos que seja a universidade no futuro? Como vai funcionar? Onde seus esforços e recursos devem ser concentrados? Qual será o impacto socioambiental e a envergadura de pesquisa intelectual e tecnológica que a universidade deseja alcançar? Enquanto universidade comunitária e ligada à Companhia de Jesus qual é o caráter diferenciador da sua atividade acadêmica? Finalmente, quais as esperanças que movem os jovens estudantes e toda a comunidade da universidade para que a PUC-Rio tenha este sentido inovador?
Por isso, proporei um processo sistemático de escuta profunda da comunidade de onde estas e outras perguntas mobilizadoras possam surgir, juntamente com possíveis respostas. A partir da “identidade e missão” da PUC-Rio, precisamos promover a configuração de uma “visão” que apontará para certos objetivos estratégicos, que a médio e longo prazo devem orientar as funções substantivas da universidade. Consequentemente, o esforço da comunidade educativa, será o de alinhar as práticas de gestão educacional, pedagógica e administrativa.
Em outras palavras, proporei um processo de discernimento que culmine em decisões fundamentais. Certamente terei a alegria de ver as pessoas dispostas a se associarem ao processo, em um esforço de tomar nas mãos esta missão, aliando generosidade, excelência, comprometimento e imaginação.
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