No sábado (02), às 10h (horário de Brasília), em San Ramón de la Nueva Orán (Argentina), serão beatificados o Pe. Juan Antonio Solinas, SJ, o vigário de Jujuy, Pedro Ortiz de Zárate, e outros 18 leigos. O Cardeal Marcello Semeraro, Prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos, estará presente em nome do Papa Francisco.
A história desses servos de Deus remonta a 27 de outubro de 1683, quando na capela de Santa Maria, no Vale do Zenta (Argentina), foram martirizados por um grupo de nativos, enquanto realizavam um trabalho missionário de evangelização entre Tobas, Mocovíes e Mataguayos.
Com a morte deles, foi desfeita uma missão em que membros do clero secular colaboraram estreitamente com a Companhia de Jesus em um projeto eclesial conjunto e ambicioso de evangelização na região do Zenta. Havia tanto para fazer que Solinas e Ortiz de Zárate já haviam pedido ao Provincial que enviasse mais um jesuíta para a missão. Eles estavam conscientes das dificuldades, mas, ao mesmo tempo, viviam suas vocações com entusiasmo.
Os restos mortais do Pe. Solinas foram levados para a Igreja Matriz de Salta, a antiga igreja jesuíta da rua Caseros y Mitre, onde foi sepultado junto ao altar, e os do Dom Pedro Ortiz de Zárate foram levados para a Catedral de Jujuy. Os demais missionários foram sepultados no local do martírio.
Desde então, todo mês de outubro, é feita uma peregrinação da cidade de Pichanal ao lugar do martírio, presidida pelo Bispo de Oran. Em 2002, o Vaticano concedeu uma declaração oficial na qual estabelecia que não havia nenhum obstáculo para continuar o processo de beatificação.
“O martírio desses missionários, uma vez reconhecido pela Igreja, não só confirmará a devoção que o povo do noroeste da Argentina já tem por esses homens, que eles chamam de ‘veneráveis’, mas também dará novo impulso e ardor à ação evangelizadora e pastoral das comunidades cristãs e seus pastores”, afirma o site oficial (https://martiresdelzenta.org/) construído para acompanhar o processo de beatificação.
Sobre os Mártires de Zenta
Pe. Juan Antonio Solinas, SJ, nasceu em 15 de fevereiro de 1643 na cidade de Oliena, na ilha da Sardenha, hoje parte da Itália. Em 12 de junho de 1663, ingressou na Companhia de Jesus em Cagliari (Itália). Tendo terminado seus estudos em Teologia, e depois de sua ordenação em Sevilha (Espanha) em 1673, no ano seguinte, juntamente com outros três jesuítas da Sardenha, foi enviado para a antiga Província do Paraguai (que na época abrangia o que hoje é o Paraguai, sudeste da Bolívia, norte da Argentina, sul do Brasil e Uruguai). Após sua terceira provação em Santa Fé, foi destinado à redução guarani de Santa Ana e, posteriormente, para Itapúa.
Pe. Ortiz de Zárate, nasceu em San Salvador de Jujuy (noroeste da Argentina), no dia 29 junho de 1626. Casou-se e teve dois filhos. Em 1654, após a morte repentina de sua esposa, empreendeu o caminho do sacerdócio na diocese de Tucumán. Estudou no Colégio Máximo da Companhia de Jesus de Córdoba (Argentina) e recebeu a ordenação em 1657. Depois de vários destinos, foi nomeado pároco de Jujuy.
O Superior Geral da Companhia de Jesus, Pe. Arturo Sosa, SJ, escreveu recentemente uma carta falando sobre a beatificação do Pe. Juan Antonio Solinas, SJ, traduzida para o português pela Província dos Jesuítas do Brasil, que está disponível para download em: https://bit.ly/3OR6fTt.
Ouça o Hino Aos Mártires de Zenta: https://www.youtube.com/watch?v=COnBkxEptVw