Nota de pesar pelo falecimento do Pe. Spártaco Francesco Ciccotti, SJ

É com profundo pesar que a Província dos Jesuítas do Brasil comunica o falecimento do Pe. Spártaco Francesco Ciccotti, SJ, às 21h45 de ontem (05/12), aos 98 anos de idade, em São Paulo (SP). Mais conhecido como Pe. Sparta, o jesuíta nasceu em 18 de fevereiro de 1924, em Taranto, região da Puglia (Itália), onde realizou os estudos básicos, sendo primário em sua cidade natal e em Potenza; e o secundário em Bari, no Colégio dos Jesuítas.

Em 11 de setembro de 1939, ingressou no Noviciado da Companhia de Jesus e emitiu os Primeiros Votos em 12 de setembro de 1941. Fez o Juniorado de três anos, entre 1941 e 1944. Cursou Filosofia no Aloisianum, instituto filosófico dos jesuítas em Gallarate (Itália), de 1945 a 1950. No período correspondente ao Magistério, o jesuíta fez um doutorado em Filosofia e outro em Letras nas cidades italianas de Lecce e Bari. Em San Luigi, Nápoles (Itália), cursou Teologia (1950-1954), sendo ordenado presbítero em 12 de julho de 1953, na mesma cidade. A Terceira Provação ocorreu em Florença (Itália), entre 1956 e 1957, e os Últimos Votos em 15 de setembro de 1958.

Após o término de sua formação na Companhia de Jesus, Pe. Spártaco tornou-se um andarilho missionário. Viveu pelo menos sete anos, de 1958 a 1965, na Zâmbia, país do continente Africano. Em 18 de março 1966, veio para o Brasil, desembarcando na Amazônia, passando pela cidade de Belém e pela Ilha de Marajó (1966- 1967), ambas no estado do Pará.

Entre os anos 1968 e 69, o jesuíta percorreu o Nordeste, indo de Fortaleza (Ceará) a Salvador (Bahia), passando por Pernambuco. A experiência rendeu como fruto A Dança dos Orixás, obra que alcançou grande repercussão em vários meios do Brasil. A partir de 1970, Pe. Spártaco passou a maior parte de sua história em São Paulo (SP), com períodos menores no Rio de Janeiro (RJ) e algumas incursões pela região Sul do país.

A sua atividade pode ser dividida em dois períodos: o prémanzoniano e o manzoniano. Ou seja: por volta de 1978, Pe. Spártaco teve a intuição de que a obra I Promessi Sposi (Os Noivos, em português) – do poeta, romancista e filósofo italiano Alessandro Manzoni – poderia exercer sobre a cultura brasileira influência análoga à dos Clássicos na cultura Europeia, concretamente sobre a violência e os homicídios. Ele próprio fizera a experiência de usar a história do livro na reabilitação de encarcerados, com muito sucesso, segundo ele.

Desse momento em diante, todos os seus esforços centraram-se na elaboração de uma nova tradução da obra de Manzoni, constituindo para isso o Instituto Brasileiro de Estudos Manzonianos. A longa duração do trabalho de tradução e sua persistência, por vezes, lhe trouxeram embates para consecução de espaço e recursos. Mas a tão sonhada publicação em português de se deu em 2021, por Edições Loyola.

Paralelamente a esse trabalho de tradução, Pe. Spártaco deu cursos sobre Manzoni e a sua obra, escreveu artigos, além de empreender a produção de um livro em italiano sobre José de Anchieta. Intelectual de vasta curiosidade, o jesuíta ainda validou seus títulos italianos na Universidade de São Paulo (USP), vasculhou bibliotecas, acompanhou jornais e revistas nacionais e estrangeiras.

Aos 84 anos de idade, ele decidiu tornar-se plenamente brasileiro, conseguindo a naturalização em novembro de 2008. Desde 2013, o jesuíta vivia na Comunidade de Saúde e Bem-Estar Nossa Senhora da Estrada e levava um ritmo regular de trabalhos e atividades.

A Província do Brasil se solidariza com os familiares do Pe. Spártaco, jesuítas e amigos.

Velório e sepultamento

O velório do Pe. Spártaco ocorrerá hoje (06/12) na Capela do Santíssimo Sacramento, na Rua Divinópolis, 545, na Vila Brasilina (São Paulo/SP). Às 15h, será realizada a missa com o corpo presente. O enterro será, às 17h, no Cemitério Santíssimo Sacramento, Av. Dr. Arnaldo, 1200, bairro do Sumaré, em São Paulo (SP).

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