Assim como o Brasil, Angola foi uma colônia de Portugal. A língua oficial nos três países é a mesma, mas o sotaque é particular em cada um. A partir desta segunda-feira (2), o modo de falar rápido e alegre de 21 angolanos poderá ser ouvido no campus da Unisinos. Eles permanecerão durante toda a Graduação na universidade.
Os jovens desembarcaram no Rio de Janeiro há cerca de dez dias e se encantaram pela cidade. Quando chegaram à São Leopoldo (RS), na última terça-feira (27), o frio assustou o grupo, que não tinha se preparado para a chuva e a temperatura abaixo dos 10 graus. Nesse aspecto, acharam o município carioca mais parecido com o seu país natal.
Vanilda Lima, 19 anos, vai cursar Ciências Econômicas na Unisinos. Ela já estudava Contabilidade em uma universidade de Angola e espera não encontrar muitas diferenças entre os dois cursos. A estudante ficou encantada com a Biblioteca, principalmente pela quantidade de livros disponíveis. “É uma universidade que tem tudo”, destaca.
Como o semestre já começou, os intercambistas angolanos vão fazer disciplinas fechadas para o grupo. Duas delas – Antropologia Filosófica e América Latina, Desenvolvimento e Sustentabilidade – são obrigatórias para todos os cursos. Outras três – Português, Matemática e Física – serão oficinas de revisão dos conteúdos do Ensino Médio.
O carismático Luis Puati, de 20 anos, só tirou o sorriso do rosto quando falou sobre o nascimento da irmã caçula, que mal conheceu antes de vir para o Brasil. A falta da família já começa a angustiar o jovem. “A cada vez que eu falo no telefone parece que a saudade aumenta”, lamenta. Ele vai cursar Engenharia Eletrônica, mas já é formado em um curso técnico em Telecomunicações.
Sebastião Kengue, 19 anos, se preparou antes de vir para o Rio Grande do Sul. Ele conta que pesquisou sobre o clima, a população e os hábitos dos gaúchos. A Unisinos não ficou de fora da busca. O estudante diz que a universidade superou suas expectativas. “É a realização do que eu imaginei”, salienta. Quanto à família que deixou em Angola, Sebastião explica, com resignação, que não pretende visitá-los durante a Graduação: seria impossível voltar para o Brasil depois de vê-los. Ele vai cursar Geologia.
Fonte: Unisinos