Colégio Loyola debate sobre os perigos na adolescência

Manifestar pensamentos sobre morte não significa apenas que o jovem quer chamar a atenção. Pode ser um sinal de alerta aos pais que o filho precisa de ajuda. Apesar de delicados, temas ligados à depressão e suicídio entre crianças e jovens precisam ser colocados em pauta. Como forma responsável de colaborar com os pais na orientação dos filhos sobre polêmicas que tomaram conta da mídia recentemente, como a série 13 Reasons Why e o jogo Baleia Azul, o Colégio Loyola, por meio de uma parceria da Associação de Pais com o Núcleo de Educação para a Paz, realizou a mesa-redonda Cultura de paz: convivência pela vida, no dia 27 de maio.

Durante o encontro, a pediatra Valeria Barbosa de Andrade abordou questões relacionadas ao comportamento na adolescência, considerada a fase de transição mais delicada da vida. A pediatra apontou que algumas condutas merecem o cuidado da família: isolamento, agressividade, queda no rendimento escolar, perda de apetite, pensamento desagregado ou desconexo, delírios e alucinações, além de automutilação.

Outro ponto importante é a relação do jovem com a tecnologia e as mídias sociais. “Internet demais faz, sim, muito mal à saúde”, afirmou a psicóloga Nádia Laguardia. Para o adolescente, esse pode ser um espaço de construção da identidade, mas também um recurso para lidar com a solidão proveniente da ausência dos pais e falta de atividades interessantes na vida real. A psicóloga afirma ainda que a dificuldade pare se desconectar pode trazer problemas como dispersão e fechamento ou, ao contrário, uma exposição exagerada que coloca a intimidade do jovem em risco.

No geral, os profissionais concordam que a melhor atitude é a abertura de diálogo na família, no qual a criança e o adolescente possam falar e ter a certeza que estão sendo ouvidos. O presidente da Associação Latino-americana de Suicidologia e da Associação Brasileira para o Estudo e a prevenção do suicídio, Humberto Corrêa, faz ainda uma advertência aos adultos diante da divulgação de casos concretos de suicídio: “existem formas adequadas e catastróficas de falar sobre o assunto. Fazer piadas, postar fotos e explicar o método utilizado são piores, pois já tem o efeito de contágio”, finalizou.

A mesa-redonda contou também com a participação da professora Isabel Santana, que apresentou as atividades do Núcleo de Educação para a Paz do Colégio Loyola, instância que tem como objetivo a melhoria real na convivência cotidiana e no processo educativo. Outra presença importante foi do Centro de Valorização da Vida (CVV) que distribuiu material educativo e exibiu vídeos.

 

Fonte: Colégio Loyola (Belo Horizonte/MG)

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