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Daniel Loddo faz palestra sobre cultura Occitan

 

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“Devoções populares e culturas europeias” foi o tema da palestra ministrada pelo pesquisador francês Daniel Loddo (foto), durante atividade do Mestrado em Ciências da Religião, da Unicap (Universidade Católica de Pernambuco). Durante duas horas, Loddo apresentou elementos da cultura Occitan, presente no sul da França e em uma pequena parte da Catalunha e Norte da Itália.

A palestra de Loddo, que fala português fluente, se traduz num passeio pela linguagem, religiosidade e mitologia da cultura Occitan, além de suas similaridades com a devoção brasileira, sobretudo a nordestina. “Trata-se de uma língua romana que ajudou a formar os idiomas português e espanhol. O rei de Portugal, Dom Diniz, usou o Occitan para compor a grafia da linguagem lusitana no século XIV. Cito como exemplo o “lh” dos dígrafos. Nos séculos XII, XIII e XIV vários reinos europeus falavam Occitan. Língua já existente desde o século VIII”.

A pesquisa, que embasa a tese de Silvério, estabelece um paralelo entre a cultura Occitan e traços da cultura sertaneja. O último CD do artista tem 12 faixas compostas com símbolos dessa cultura europeia. “O processo de globalização entrou em contradição. Em vez da padronização total, temos a pluralidade cultural e religiosa mantidas”, analisa Silvério.

O pesquisador francês também mostrou locais de peregrinação da cultura Occitan que foram incorporados ao Cristianismo ao longo do tempo. Um exemplo é a fonte Saint Elói, santo protetor das profissões que lidam com ferro.  A crença popular é de que o local tem o poder de curar doenças dos olhos. O mesmo acontece com a fonte Madre de Deus. Diz a lenda que o olho d`água teria sido descoberto por bois e que além de enfermidades oculares, o lugar tem a propriedade de sanar doenças de pele. ”No Sul da França, acredita-se que quando se tem uma doença é porque o santo curador daquele mal está zangado com a pessoa. Daí, muitos levam oferendas para acalmá-los”, revela Loddo.

A tão conhecida devoção sertaneja do Nordeste do Brasil encontra semelhança em pontos de peregrinação apresentados por Loddo. “Em Nossa Senhora de Cabannes, o povo pede graças no mês de maio e depois come escargot. Já em Saint Roch, é comum pessoas levarem animais, objetos, sal e sementes para ser abençoados. Os alimentos se transformam em remédios”, conta Loddo ao explicar que Roch tornou-se conhecido por curar enfermos com a Peste Negra, doença que matou 25 milhões de pessoas no ano de 1345.

Fonte: Assessoria Unicap

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