Departamento de Comunicação da PUC-Rio celebra aniversário

Departamento de Comunicação Social da PUC-Rio completa 60 anos de histórias e transformações. Ao longo do tempo, foram muitos objetivos realizados, entre eles, a criação do Comunicar. Há 25 anos, surgia o projeto de comunicação que busca capacitar e profissionalizar o aluno de Comunicação. Para comemorar as importantes datas, o jornal PUC Urgente conversou com os professores Cesar Romero Jacob, Diretor do Departamento, e Miguel Pereira, Coordenador-Geral do Comunicar.

O que representa para o Departamento de Comunicação comemorar 60 anos?

Cesar: Tudo o que aconteceu nos 30 primeiro anos, contribuiu para as mudanças dos últimos 30 anos. Essas mudanças são parte do papel que a comunicação passou a ter no mundo. Ela foi se profissionalizando ao longo desses 60 anos. As revoluções tecnológica e digital nas últimas décadas possibilitaram um enorme avanço. A comunicação passou a ter um peso muito grande no mundo. E acho que o departamento soube responder a essa demanda do mundo e da Universidade. Respondemos às exigências de um novo tempo e amadurecemos.

Miguel: Temos uma graduação reconhecida, um mestrado, um doutorado, um projeto de comunicação como o Comunicar, o Portal e um departamento bem equipado. Chegamos aos 60 anos, a terceira idade, com a melhor idade, porque o departamento hoje tem um projeto completo, o que não significa que devemos entrar na zona de conforto e achar que está tudo perfeito. Novos desafios vão surgir ao longo dos próximos anos e precisamos nos adaptar para as mudanças que os meios de comunicação vão passar.

Em 60 anos de história, quais os principais momentos vividos pelo Departamento de Comunicação?

Cesar: A primeira reforma de currículo feita em 1978 foi um marco, mesmo que pouco tempo depois tenhamos nos dado conta que aquele currículo não era o melhor. Ele foi um ensaio para um currículo que foi implantado em 1984 e durou 20 anos. Outro grande momento foi quando conseguimos apoio financeiro com a administração central da Universidade para que modernizássemos os laboratórios e equipamentos. Hoje, nossa escola é a mais bem equipada de todo o Brasil. Também tivemos a implantação do curso de Cinema, que era um desejo antigo que não tinha sido possível até então, e no ano de 2005 conseguimos realizar esse sonho.

Miguel: O Projeto Comunicar criou um diferencial muito grande na formação dos alunos ao longo dos anos, além de dar uma maturidade maior tanto ao corpo discente quando ao corpo docente. Destaco também a implantação do curso de mestrado. Construímos uma graduação bem competitiva e bastante competente. Hoje somos reconhecidos pelo Brasil inteiro como um curso de qualidade no campo da graduação. Mas nos faltava ainda um curso de pós-graduação. Fizemos tudo com muita calma. Mudamos de nota logo na primeira avaliação trienal e a mantivemos na segunda, e aí pedimos o doutorado. Achamos que já tínhamos maturidade para isso. Fizemos o projeto do doutorado e ele foi aprovado pela CAPES em 2012. A primeira turma do doutorado já está matriculada. Com isso, o departamento completa todo o ciclo do que seria o processo de ensino e pesquisa dentro da comunicação.

Como nasceu o Projeto Comunicar?

Cesar: O projeto surgiu de uma demanda da reitoria pela criação de um novo sistema de comunicação para a Universidade. A PUC tinha, até então, uma comunicação muito precária e em função disso, o reitor decidiu solicitar ao departamento que um projeto de comunicação fosse criado. Podia-se optar por um modelo nos moldes tradicionais de ou por um modelo que reproduzisse de certa forma um hospital universitário, um colégio de aplicação ou uma defensoria pública. Um ambiente em que o estudante de Comunicação pudesse praticar a carreira como um profissional da área. Optamos pelo segundo modelo, um projeto que fosse ao mesmo tempo profissional e profissionalizante.

Miguel: Não tínhamos ideia da dimensão que o projeto teria 25 anos depois. Mas o campo da comunicação cresceu muito na virada do século e a Universidade entendeu a importância da comunicação. Surgimos com um pequeno núcleo impresso e hoje temos seis núcleos: agência de publicidade, televisão, assessoria de imprensa e rádio, editora e comunicação comunitária.

 Qual o principal diferencial do Comunicar?

Miguel: O Comunicar tem uma característica particular que é o fato de o aluno poder experimentar, na prática, a carreira que ele optou cursar. Há uma orientação dada com as regras da vida profissional, mas cobrada com as regras da academia. É um projeto que é pedagógico e profissional ao mesmo tempo.

Cesar: O aluno que passa pelo Comunicar tem a vantagem de estar praticando a comunicação e não só ter a comunicação como teoria.

Como é promover tantas mudanças ao longo de 25 anos e ao mesmo tempo manter a filosofia de origem do projeto?

Miguel: Acho que o processo pedagógico é de experimentação e não se mantém uma pedagogia única o tempo inteiro. É preciso criar formas pedagógicas diferenciadas e propor coisas novas. O processo de mudança é irreversível. O Projeto Comunicar está mudando, mas ainda mantém a mesma filosofia pedagógica de quando foi criado, apesar de metodologias diferentes. Mantém-se a filosofia de pesquisa e ensino dentro do jornalismo, mas também mudam-se os métodos de trabalho.

Cesar: O princípio ainda é o mesmo. O estudante de Comunicação, enquanto se aperfeiçoa, presta um serviço à comunidade. Esta é a melhor forma de capacitar o estudante. Este princípio não mudou. As mudanças vão pelo veículo e pela técnica, mas não pela filosofia. Claro que os veículos exigem adaptações a esse princípio, mas o diferencial do Comunicar é justamente essa filosofia.

 A que o senhor atribui o sucesso do Projeto Comunicar?

Cesar: A filosofia por ser um elemento inspirador; a persistência por enfrentar todas as dificuldades e não desanimar em momento nenhum; profissionalismo; a capacidade de inovação para conseguir se reinventar; e o bom aluno. Ao juntar todos estes elementos, tem-se um projeto vitorioso e de sucesso como o Comunicar.

Fonte: PUC-Rio/ Foto: Thaís Mandarino

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