Ex-aluno do Colégio Antônio Vieira desenvolve tecnologia para helicóptero que vai sobrevoar Marte

Ex-aluno do Colégio Antônio Vieira, o engenheiro Raja Gosula, de 56 anos de idade, vem sendo notícia esta semana na imprensa. É que ele foi um dos pesquisadores responsáveis pela produção do helicóptero Ingenuity, que será lançado pela agência aeroespacial dos Estados Unidos, a Nasa (National Aeronautics and Space Administration), com o objetivo de sobrevoar Marte. 

Raja é indiano e se mudou para Salvador (BA) com a família ainda criança, aos 6 anos de idade. Estudou parte do Ensino Fundamental e todo o Ensino Médio, no Colégio Antônio Vieira. Em seguida, ingressou na Universidade Federal da Bahia (UFBA), onde cursou Engenharia Elétrica, concluindo a graduação e cursos de pós-graduação nos Estados Unidos.

Quem estudou com Raja lembra que ele era considerado um dos “tubarões do Padre Ugo (Meregalli)”. Referência em Educação, o jesuíta foi professor de Matemática no Vieira. “Uma das maiores influências acadêmicas da minha vida”, como frisou o engenheiro. No projeto do Ingenuity, Raja coordenou a equipe responsável pela parte digital do chip que comanda o gerenciamento de potência do helicóptero, isso quando ainda trabalhava na empresa Qualcomm. O engenheiro explica que o chip foi originalmente projetado para o gerenciamento de potência em celulares, mas, posteriormente, quando a Qualcomm decidiu entrar no mercado de drones, ele passou a ser usado no kit de robótica dos equipamentos. “O sucesso do chip nos celulares o ajudou a ser escolhido para o kit de robótica, sendo comercializado, inclusive, para a JPL (Jet Propulsion Laboratory)/NASA que escolheu construir o Ingenuity a partir dessa placa”, contou Raja.

O helicóptero, semelhante a um grande drone, tem chamado atenção, pois será o primeiro voo de um veículo motorizado em outro planeta. Composto por quatro pés, um corpo e duas hélices sobrepostas, o Ingenuity pesa apenas 1,8 quilos e mede 1,2 metros de uma ponta à outra das pás. O programa desse helicóptero custou à Nasa cerca de US$ 85 milhões. A Agência acredita que esse tipo de tecnologia pode revelar-se crucial, no futuro, para a exploração de planetas, por ser capaz de ir a locais onde os robôs não conseguem ter acesso.

Orgulhoso de ter feito parte de um projeto tão importante, o ex-aluno do Vieira confidenciou: “Sempre me sinto com sorte quando os projetos em que trabalho terminam em produtos vendidos aos milhões em todo o mundo. Saber que os circuitos que projetei estão funcionando, sob o capô, em todos os lugares é o orgulho da Engenharia. Mas saber que eles estão trabalhando em Marte é uma coisa de outro mundo!”.

Atualmente, Raja trabalha na empresa Cisco Systems, na Califórnia (EUA), desenvolvendo circuitos digitais para processamento de sinais de produtos de fotônica de silício, usada em redes de comunicações de fibra óptica.

Planejado para ocorrer na sexta-feira (9), o voo do Ingenuity foi adiado após a equipe da Nasa identificar problemas no software de controle de voo. Segundo a agência, um novo cronograma ainda está sendo elaborado e a equipe planeja definir uma nova data para a navegação nos próximos dias.

Foto: divulgação

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