Guerra na Ucrânia completa um ano

São 365 dias de conflito armado que gera mortes, destruição e deslocamentos forçados. Nesta sexta-feira (24), a guerra na Ucrânia completa um ano, desde a invasão russa. Ao todo, 200 mil soldados foram enviados ao país vizinho naquela que é considerada por alguns especialistas como a maior invasão europeia desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Estima-se que 13 milhões de pessoas cruzaram a fronteira como refugiados ou deslocaram-se dentro do próprio país.

“O número de mortos, feridos, refugiados, deslocados, destruição, danos econômicos e sociais falam por si. Poderá o Senhor perdoar tantos crimes e tantas violências? Ele é o Deus da paz”, disse o Papa Francisco na última quarta-feira (22), quando já havia recordado o “triste aniversário” do conflito.

Francisco aos jesuítas 

No encontro que teve com 19 jesuítas na Nunciatura Apostólica em Nur-Sultan (Cazaquistão), Francisco afirmou que em uma  guerra, é o povo que sofre e isso gera ódio. “Os que fazem a guerra esquecem a humanidade”, disse. 

O Pontífice reiterou ainda que a coisa a ser feita, na verdade, é mostrar proximidade. “O povo deve sentir que a Igreja está próxima”, disse, concluindo: “O estilo de Deus é a proximidade”. 

A missão jesuíta no combate a guerra

Entre os voluntários, agências e outras organizações que coordenam esforços de ajuda está o Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS) que  acolheu milhares de ucranianos que atravessaram a fronteira da Ucrânia para a Polônia.

O  Pe. Vitaliy Osmolovskyy, SJ, jesuíta da Ucrânia, explica que parte de seu trabalho com os refugiados ucranianos inclui a coordenação da distribuição de suprimentos e a organização de abrigos para eles em casas, paróquias e apostolados jesuítas na Polônia.

A maioria dos refugiados precisa de ajuda concreta — fundos, necessidades básicas, apoio médico, psicológico, entre outros. No entanto, também estão sendo feitos esforços para garantir “ajuda a longo prazo” para as pessoas que fogem dos combates. Um exemplo disso, explica o religioso,  é a obtenção de bolsas de estudo para estudantes em potencial entre os refugiados ucranianos que podem querer ficar na Polônia. 

O sofrimento dos adolescentes e jovens

Os adolescentes e jovens da Ucrânia estão pagando um preço extraordinário em vidas perdidas e destruídas. Mais de 400 jovens foram mortos e centenas ficaram feridos, enquanto cerca de 7,8 milhões de jovens foram impactados e privados de sua infância e adolescência, de tempo com amigos e familiares, de uma vida pacífica. Eles carregam cicatrizes invisíveis e traumas que podem levar uma vida inteira para cicatrizar.

A colaboração de jesuítas do Brasil

Para apoiar as iniciativas de acolhimento no Brasil às pessoas em deslocamento forçado, o Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados (SJMR) lançou em março de 2022 uma nova etapa do Programa Acolhe Brasil, que busca sensibilizar uma rede nacional de famílias, pessoas, comunidades, grupos e coletivos que tenham interesse e disponibilidade para a acolhida de famílias ucranianas e afegãs.  Desde 2018, o Programa mobiliza esforços para apoiar a interiorização de migrantes e solicitantes de refúgio venezuelanos. Com o conflito na Ucrânia, a iniciativa avançou para uma nova fase, a fim de favorecer a acolhida de ucranianos/as, mas também de afegãos(ãs) no Brasil.

Também um ex-aluno polonês da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje), com sede em Belo Horizonte (MG),  Bartlomiej Piotr Przepeluk, está trabalhando junto aos refugiados na cidade de Lviv (Ucrânia), ajudando na acolhida e evacuação para os países vizinhos. Bartolomeu estudou Teologia na Faje entre os anos de 2015 e 2018. 

A Companhia de Jesus se junta ao crescente coro de vozes pedindo diálogo e o fim do conflito, apelando para que “nos concentremos no que nos une e não no que nos divide”.

Por: MAGIS Brasil com informações de Vatican News, Unicef, Faje e SJMR
Foto: Jesuítas da Polônia

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