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Mães de alunos do Colégio Santo Inácio fazem vaquinha para ajudar ambulantes durante a quarentena

A iniciativa de um grupo de mães de alunos do Colégio Santo Inácio (CSI), em Botafogo, no Rio de Janeiro, está ajudando as famílias de 11 ambulantes que trabalhavam no entorno da instituição antes da suspensão das aulas presenciais, em decorrência do avanço do novo coronavírus (Covid-19). São pipoqueiros, baleiros, vendedores de churros, bolos, milho, algodão doce e brinquedos que, com o fechamento da escola, tiveram a renda drasticamente reduzida. Para ajudá-los, as mães organizaram um crowdfunding, uma espécie de “vaquinha” virtual.

A ideia chegou como inspiração para Juliana Bretas, mãe de dois alunos do Santo Inácio – do 5º e do 3º anos do Ensino Fundamental. Tocada por uma iniciativa semelhante de pais de estudantes de outra escola carioca, ela pediu em oração discernimento para encontrar uma forma de ajudar os trabalhadores que dependiam da movimentação de pessoas no entorno do CSI. “Essa causa não é de nenhuma de nós. Ela se deu inicialmente por um toque de Deus em meu coração”, conta Juliana.

Ela então procurou outras mães de alunos e uma professora do CSI, que mobilizou também uma auxiliar de coordenação. Começava, assim, uma rede de apoio que já arrecadou mais de R$ 19 mil por meio do link https://www.vakinha.com.br/vaquinha/sos-amigos-do-csi-botafogo.

A auxiliar de coordenação Claudia Lopes se encarregou de levantar os contatos dos ambulantes. Uma das mães telefonou para cada um deles. Outra montou o site de crowdfunding, diagramando e alimentando-o com conteúdo. Todas se encarregaram de difundir a “vaquinha”.          

Para garantir que cada uma das 11 famílias pudesse passar a Páscoa com tranquilidade, o grupo fez um “adiantamento” do dinheiro arrecadado aos ambulantes. Como o site só permite o saque em uma data pré-determinada, as mães se dispuseram a tirar dinheiro de suas próprias contas bancárias para repassar a cada trabalhador R$ 900, valor que será restituído a elas quando a arrecadação total for liberada.

“A união faz a força. Se cada um faz um pouco, a gente consegue atingir um número muito maior de pessoas e transformar uma pequena ação em uma grande mobilização”, destaca Juliana Pazos, mãe de um aluno do 5º ano.

O contato com os ambulantes é feito diariamente por meio de um grupo no whatsapp, em que as organizadoras da vaquinha acompanham a vida dos trabalhadores informais, inclusive dando dicas de uso consciente do dinheiro, e recebem notícias de como eles estão passando e mensagens de agradecimento. “É um aprendizado diário”, diz Camila Badaró, mãe de outro estudante também da 5ª série. “Cada mensagem que recebemos nos deixa emocionadas. Vemos não só a gratidão, mas como eles valorizam o trabalho como sustento da família”, afirma.

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