Nota de pesar pelo falecimento do Pe. Aloísio José Weber, SJ

É com profundo pesar que a Província dos Jesuítas do Brasil comunica o falecimento do Pe. Aloísio José Weber, SJ, ocorrido neste sábado (26), às 14h10, em São Leopoldo (RS). O jesuíta tinha 97 anos e dedicou 78 deles à missão da Companhia de Jesus.

Nascido em 11 de julho de 1926, em Venâncio Aires (RS), Pe. Aloísio era filho de Fernando Weber e Catarina Neis. Sua trajetória na Companhia de Jesus foi marcada por um compromisso inabalável. Contava também com uma conexão familiar com a Ordem, tendo um irmão jesuíta, o Pe. Leopoldo Weber, SJ, que, após uma missão no Japão, permaneceu vinculado à Região do Brasil Amazônia. Além disso, a família tinha ainda  três irmãs religiosas e dois irmãos Lassalistas, totalizando sete filhos dedicados à vida religiosa.

Ingressou no noviciado na Companhia de Jesus, em 28 de fevereiro de 1945, no município de Pareci Novo (RS). Em 02 de março de 1947, emitiu os primeiros votos e deu início ao Juniorado. De 1949 a 1951, aprofundou seus estudos de Filosofia no Colégio Cristo Rei, em São Leopoldo.

​​Em 1952, dedicou-se ao Magistério na Escola Santo Afonso, junto ao Colégio Cristo Rei, em São Leopoldo. Foi prefeito de disciplina e professor de língua portuguesa, matemática, geografia, história e religião. Entre 1953 e 1954, continuou o Magistério no Seminário São Pedro Canísio, em Sede Capela, Itapiranga (SC), mantendo seu compromisso como educador e formador.

O ano de 1955 marcou seu retorno ao Colégio Cristo Rei, onde prosseguiu os estudos em Teologia. Ordenado presbítero por Dom Vicente Scherer em 12 de dezembro de 1957, concluiu seus estudos teológicos em 1959 , quando passou pela Terceira Provação, realizada em Três Poços (RJ). A incorporação definitiva à Companhia de Jesus ocorreu em 15 de agosto de 1960, quando emitiu seus últimos votos.

Seu compromisso com a missão o levou a diversos locais e áreas de atuação. Entre os anos de 1960 e 1961, desempenhou a função de visitador da Sociedade União Popular, em São Leopoldo e em Porto Alegre (RS). Durante esse período realizou Semanas Ruralistas em diversas dioceses do Rio Grande do Sul, obtendo reconhecimento notável pelo bispo de Uruguaiana (RS), Dom Luiz Felipe de Nadal. De julho de 1961 a 1962, estudou Sociologia no Instituto Interamericano de Ciências Agrícolas, em Turrialba (Costa Rica). Também se dedicou aos cursos de Economia e Ciências Sociais. Participou ainda de cursos no Chile e na Colômbia, no setor da educação rural e reforma agrária.

De retorno à Província, de 1962 a 1963, Pe. Aloísio foi assessor da Frente Agrária Gaúcha (FAG), tendo como sede a Residência Loiola, em Santa Cruz do Sul, (RS). Foi coordenador da FAG por diversos anos. Em 1964, teve como sede o antigo Colégio Anchieta, transformado no Centro Antônio Vieira, em Porto Alegre, e continuou seu trabalho em benefício dos agricultores como promotor eclesiástico dos encontros ruralistas junto ao Instituto Gaúcho de Reforma Agrária (Igra). Em 1969 e 1970, passou a assessor da Frente Agrária no Santuário da Medianeira, em Santa Maria (RS). De 1971 a 1974, foi assessor diocesano de Sindicatos dos Trabalhadores Rurais. Constantemente o jesuíta visitava comunidades rurais para dar palestras sobre cooperativismo e sindicalismo, baseando-se no documento pontifício Mater et Magistra.

De 1975 a 1978, desempenhou o cargo de superior e diretor do Seminário Três Mártires em Sede Capela, Itapiranga (SC). Foi também presidente do Instituto de Assistência e Educação São Canísio (Iaesc) e capelão na Capela São José. De 1978 a 1980, assumiu o cargo de pároco da Paróquia da Santíssima Trindade, em Tunas (SC). De 1980 a 1982, trabalhou como auxiliar paroquial com o Pe. Benno Petry, SJ, na Paróquia de São José Obrero, em Puerto Stroessner, hoje Ciudad del Este, no Paraguai. Além do trabalho paroquial, fez parte da Comissão Nacional de Migrantes, foi professor num colégio particular e deu aulas de teologia na universidade.

Em março de 1982, foi nomeado pároco da Paróquia São Paulo Apóstolo, em Foz do Iguaçu (PR). Em 1986, voltou para Sede Capela, em Itapiranga (SC), onde assumiu o cargo de diretor geral do Colégio Agrícola São José. No ano seguinte, tornou-se diretor pedagógico do mesmo Colégio, além de ser o ecônomo do Iaesc. De 1988 a 1991, Pe. Aloísio retornou ao Paraguai como pároco em Passo Tuya-Tacuati, próximo a Ponta Porã (MS). Aceitou com gosto a missão e deu assistência aos “brasiguaios” por alguns anos. Em outubro de 1991, voltou a ser pároco da Paróquia São Paulo Apóstolo, em Foz do Iguaçu (PR), onde exerceu o cargo até 1997. Em 1998, foi nomeado vice-superior em Ubiratã (PR), e assumiu o cargo de vigário paroquial da Paróquia Santo Antônio. 

Em 2000, Pe. Aloísio foi nomeado vice-superior do Colégio Santo Inácio, em Salvador do Sul (RS), que dependia da Residência Conceição. Coube-lhe também o encargo de administrador dos bens do Colégio supresso e de ecônomo da casa. De 2003 a 2004, trabalhou como vigário paroquial na Paróquia São Virgílio, em Nova Trento (SC). Em 2005 e 2006, foi auxiliar do reitor do Santuário Santa Paulina, em Nova Trento. Em março de 2007, foi nomeado vigário paroquial da Paróquia São Pedro, em Foz do Iguaçu. Desde 2008, era vigário paroquial na Paróquia São Paulo e visitava os doentes nos hospitais de Foz do Iguaçu; era também vigário paroquial da Paróquia São Pedro e assessor da Pastoral da Saúde. 

Pe. Aloísio deu sua valiosa colaboração em diversos níveis, em vários lugares e comunidades. Dedicou-se à União Popular, Frente Agrária, Instituto Gaúcho de Reforma Agrária como promotor da vida dos agricultores do sul do país. Além do trabalho de promoção, sempre procurou elevar o espírito cristão desta gente, seu espírito de união e solidariedade segundo a Doutrina Social da Igreja. 

O velório do Pe. Aloísio será neste domingo (27), na Comunidade de Saúde e Bem-estar São José, em São Leopoldo (RS), com missa às 9h (horário de Brasília). Em seguida, acontecerá o sepultamento no Cemitério dos Jesuítas, junto ao túmulo do Padre Reus. 

A Província do Brasil se solidariza com os familiares e amigos do Pe. Aloísio.

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