Artigo: “O valor da mão estendida”

Por Pe. Jorge Álvaro Knapp, SJ diretor-geral do Colégio Anchieta, de Porto Alegre (RS)

O que nos motiva a estender a mão para alguém? Em meio à maior tragédia climática que o Rio Grande do Sul já enfrentou, testemunhamos milhares de vidas sendo salvas com esse simples ato de generosidade. Seja para ajudar alguém a sair de sua casa em meio às águas, ou para oferecer uma doação ou apoio. Tão rápido quanto a enchente tomou conta das cidades foi a mobilização do povo gaúcho em ajudar as famílias atingidas.

A força do voluntariado transcendeu barreiras, aproximou cidades, estados e fez com que o mundo todo olhasse para o Sul do país. São muitas pessoas unidas no objetivo de acolher e levar esperança em meio à desolação. São esses os valores que precisamos ensinar às nossas crianças: generosidade, empatia, aprender a se colocar no lugar do outro. E são esses os princípios que norteiam a comunidade anchietana, que em pouco tempo transformou o espaço de recreação do Colégio Anchieta, no Morro do Sabiá, em um abrigo para receber duzentas pessoas, colocando em prática o lema da Campanha da Fraternidade 2024: Vós sois todos irmãos e irmãs (Mt 23,8).

Um espaço cercado de natureza, de árvores, de plantas e carinhosamente adaptado para que cada morador que ali chegasse encontrasse a dignidade que lhe é sua por direito. Naquele sábado de chuva torrencial, alunos e ex-alunos, pais, professores, funcionários e um grupo de escoteiros não mediram esforços para fazer daquele espaço um refúgio seguro e digno. E, em poucas horas, o abrigo foi se transformando em uma grande casa em que já se comemorou aniversário com direito a bolo e parabéns, com a visita de músicos que levaram um pouco de alegria, com corte de cabelo para melhorar a autoestima e com uma linda homenagem de Dia das Mães.

Em um momento em que mais de 500 mil pessoas tiveram de deixar as suas casas, suas histórias e lembranças todas para trás, não podemos pensar em outra coisa senão estender a mão. O momento é de união e de doação. Doe um alimento, uma roupa. Doe acolhimento, atenção, tempo. E não deixemos, também, de doar a mais valiosa das doações: a oração. Seja para confortar os que mais precisam ou para abrir o caminho da esperança por dias melhores.

* Artigo publicado originalmente no jornal Correio do Povo. Clique aqui para ler.

Fonte: Colégio Anchieta (RS)

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