O compromisso com as questões ecológicas sempre fez parte da história da Companhia de Jesus. O desafio atual da Companhia é curar um mundo ferido e marcado pelas fragmentações entre ciência e fé, verdade e política, destruição e preservação da natureza. No livro Os jesuítas e a espiritualidade ecológica, que integra a coleção Teologia e Ciências Humanas, o padre Josafá Carlos Siqueira, reitor da PUC-Rio, propõe uma maneira inspirada em Santo Inácio de Loyola de olhar as feridas na criação.
O autor mostra a contribuição dos jesuítas para o conhecimento da biodiversidade e a contribuição da espiritualidade inaciana para o pensamento ecológico. Fazer a experiência de Deus na vida é, para os membros da Companhia, “abrir-se para a dimensão transcendente da existência e, ao mesmo tempo, mergulhar profundamente nos problemas humanos”.
O social e o ambiental caminham juntos na espiritualidade inaciana: a pergunta pelo significado da vida só pode ser encontrada numa profunda experiência com a pessoa de Jesus Cristo e numa relação amorosa com as criaturas, narrada na contemplação para alcançar amor, no final dos mesmos Exercícios.
Resgatar a visão integradora da realidade como aparece nos Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola é o modo da Companhia de curar as feridas sociais e ambientais que humilham o ser humano e desrespeitam a dignidade da criação.
Fonte: PUC-Rio