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Paraguai: morre jesuíta símbolo do empenho da Igreja contra as ditaduras

Faleceu nesta segunda-feira (3/01), em Assunção (Paraguai), o Pe. Francisco de Paola Oliva, SJ, também conhecido como ‘pa’i Oliva’. Nascido em Sevilha (Espanha), em 1928, o jesuíta chegou ao país latino-americano aos 35 anos de idade. 

Uma vida em defesa dos direitos humanos

Ao longo de sua vida, pa’i Oliva identificou-se com a defesa dos direitos humanos, contra as ditaduras de Stroessner no Paraguai e dos generais argentinos e a favor da vida dos pobres que vivem nos chamados alagados, os bairros pobres da capital que ficam ao longo do Rio Paraguai.

Salvo pelo então Provincial Jesuíta da Argentina,  Pe. Bergoglio

Em 1969, pa’i Oliva teve que deixar o Paraguai e foi recebido pelos jesuítas argentinos, entre os quais o Pe. Jorge Mario Bergoglio (Papa Francisco), e em Buenos Aires salvou muitos migrantes paraguaios; em 1978, o Pe. Bergoglio o acompanhou pessoalmente ao aeroporto, pois estava sendo perseguido pelos ditadores argentinos, facilitando sua fuga para a Inglaterra e, na prática, salvando sua vida, como declarou ele mesmo em entrevista à agência Aica em 2015.

Trabalho incansável ao lado dos alagados

O sacerdote jesuíta foi um dos religiosos mais famosos do continente, justamente porque compartilhou a vida dos mais pobres e sempre os defendeu. Ele “foi o líder moral do renascimento dos movimentos populares, graças ao seu trabalho nos alagados”, disse à agência Sir o especialista em direitos humanos no continente, Cristiano Morsolin.

Reencontro e abraço emocionado com o Papa Bergoglio

“Lembro-me de meu encontro com pa’i Oliva em agosto de 2012 na lama dos alagados, onde em 2015 ele conseguiu a visita pessoal do Papa Francisco, e o abraço emocionado que o Pontífice lhe deu foi um reconhecimento ao símbolo da Igreja em saída no Paraguai, onde os fortes poderes do latifúndio recriminavam as afiadas homilias do jesuíta.”

Fonte: Vatican News

 

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