Um momento de oração, em que os participantes foram convidados a perceber quem são e como estão e pedir luzes para os sinais que os interpelam, a fim de percorrer o caminho com esperança, deu início ao segundo dia do Encontro da Província 2024. Com o objetivo de lembrar a importância da universalidade, as orações foram lidas em português, inglês, espanhol, francês, guarani, italiano, tétum ou teto (idioma do Timor-Leste) e xona (um dos idiomas oficiais do Zimbábue).
O sócio do provincial, Ir. Davidson Braga Santos, SJ, destacou que o Encontro é um tempo para acolher e celebrar a nossa vivência, experiência, vida-missão. E acrescentou: “Quero, no início deste Encontro, convidar todos para entrar neste espírito colaborativo”. Ele lembrou também que é tempo de celebrar os dez anos da Província dos Jesuítas do Brasil e de outras frentes, como a Rede Jesuíta de Educação Básica (RJE e, a Rede Inaciana da Juventude – MAGIS Brasil, além da canonização de São José de Anchieta.
Em seguida, o provincial do Brasil, Pe. Mieczyslaw Smyda, SJ, fez a sua fala. Ele ressaltou que na mística da abertura do Encontro, realizada no início da noite de segunda-feira (22), os participantes foram motivados a viver como peregrinos agradecidos. “Na verdade, já desde o ano passado, estamos sendo convidados a participar deste encontro, inspirados pela experiência da Peregrinação de Santo Inácio a Jerusalém. O Pe. Alberto Luna, SJ, quando nos falou no lançamento do Encontro, em junho de 2023, destacou a força e a potência de Inácio que, realizando a sua peregrinação, abriu caminho para muitos que viriam após ele. E aqui estamos nós, 500 anos depois, realizando a nossa peregrinação, isto é, seguindo os passos de Inácio para nos configurar cada vez mais com Jesus”, disse.
O provincial relembrou que, ao longo do último ano, foi realizado o exame da Companhia Universal, mas também o da Província dos Jesuítas do Brasil, no nível das comunidades e obras apostólicas. A pergunta condutora do exame – Para onde o Espírito Santo está nos conduzindo? – coincide com a missão da Província, atualizada em 2022: “colaborar com a concretização de uma Igreja em saída que constantemente se deixa interpelar pelo Espírito: por quê, por quem, para onde vocês estão saindo?”. “Um peregrino precisa, antes de tudo, saber para onde vai, conhecer o seu caminho e nós não temos outro caminho senão Jesus Cristo pobre e humilde. Ele é o nosso caminho, a nossa verdade e a nossa vida. É com Ele e por Ele que nos colocamos no caminho da vida. Conduzidos pelo Espírito, caminhando com o Filho, chegaremos ao Pai”, ressaltou o Pe. Smyda, que fez uma breve memória de cada uma das dimensões-chave propostas pelo Superior Geral da Companhia de Jesus, Pe. Arturo Sosa, SJ, para se colocar a caminho: as Preferências Apostólicas Universais; a promoção de uma cultura do cuidado e proteção de menores e pessoas vulneráveis; o Ano Inaciano; a atualização dos Estatutos da Pobreza Religiosa e a Instrução para a Administração dos Bens; e os processos de reestruturação. E completou: “Como podemos ver, essas dimensões não estão distantes de nós, mas cada uma e cada um as tem experimentado em sua vida-missão de modo muito concreto. Por isso, ainda na linha da gratidão, quero dizer-lhes muito obrigado por darem corpo à Companhia de Jesus. O sim de cada uma e cada um de vocês é que permite a encarnação destas dimensões na Província do Brasil”.
Por fim, Pe. Smyda agradeceu aos peregrinos e às peregrinas que partilham da experiência ao longo do caminho: delegados, secretários, equipe da Cúria Provincial, coordenadores de núcleo apostólico, superiores e vice-superiores, diretores e diretoras de obras apostólicas, jesuítas idosos, jesuítas em formação, padres, irmãos, religiosos, leigas e leigas que atuam em diferentes partes e apostolados da Província. “Que estes dias de celebração e partilha nos permitam renovar o ânimo nesta caminhada, reconhecendo que não estamos sozinhos, mas partilharmos a vida-missão com tantas e tantos colaboradores que atendem ao chamado do Cristo para servir sob sua bandeira. Que a nossa resposta vocacional seja firme e decidida para não nos afastarmos Dele que é nosso caminho, verdade e vida”, concluiu.
Ainda durante a manhã, no eixo temático “Encontrar-se”, os participantes foram provocados a pensar quem são, o que têm vivido e como receberam o De Statu Societatis Iesu 2023 (DSS 2023) e depois se encontraram em grupos de trabalho para partilhar as reflexões. Já na plenária, um espaço para reverberações livres, jesuítas e leigos puderam compartilhar com os demais pontos importantes conversados nos grupos.
À tarde, os jesuítas e os leigos trabalharam, no eixo De Statu Societatis, os capítulos 2 e 3, que tratam sobre as mudanças de época histórica; a Igreja; o povo de Deus a caminho; a nossa identidade; o nome de Jesus; os servidores da missão de Cristo; a liberdade; a amizade no Senhor; pregar em pobreza; entrar na Companhia; e a esperança. Nos grupos de trabalho, eles refletiram sobre a pergunta Quando pensamos na missão, a que nos convoca a nossa identidade de seguidores de Jesus pobre e humilde?.
No eixo Plano Apostólico e Planejamento Estratégico, o secretário para a Justiça Socioambiental, Pe. Jean Fábio Santana, SJ, o delegado para a Preferência Apostólica Amazônia (Paam), Pe. Rogério Mosimann da Silva, SJ, apresentaram o andamento do programa Imersão Inaciana e Ecologia Integral, enquanto que o delegado para Formação, Pe. Jair Carneiro, SJ, falou sobre o programa Cardone: formação permanente.
O dia terminou com a Eucaristia, presidida pelo assessor pedagógico da Rede Jesuíta de Educação Básica (RJE), Pe. Luiz Fernando Klein, SJ, e as reflexões nos espaços temáticos: Articulação dos jesuítas irmãos na BRA; Fiducia Supplicans e o Apostolado com Pessoas LGBT+; Colaboração em Processo;Conversação no Espírito e Sinodalidade; Articulação Afro Brasil SJ; Articulação do trabalho com as juventudes nas universidades; Missão Indigenista; e Fé e Alegria: um movimento de educação popular da Companhia de Jesus.