Vaticano poderá mediar crise na Venezuela

O Vaticano tem histórico de mediar conflitos internacionais. Já esteve entre a tensão dos Estados Unidos com Cuba, além do acordo de paz das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Atualmente, a questão da Venezuela tem provocado movimentações do Papa Francisco.

Em dezembro, o cardeal e secretário de Estado da Santa Sé, Pietro Parolin, enviou uma carta ao atual presidente venezuelano, Nicolás Maduro, solicitando o envio de assistência humanitária ao país, calendário eleitoral estabelecido, restituição das prerrogativas do Parlamento e a libertação de presos políticos em troca de ajuda na mediação entre governo e oposição.

Em abril, o papa Francisco se reuniu com a ministra das Relações Exteriores da Argentina, Susana Malcorra, para debater, entre outros assuntos, a temática venezuelana. Francisco teria demonstrado “disposição” em qualquer forma de apoio ao diálogo dentro do país desde que Maduro aceite os pontos apresentados pela Igreja Católica. Entretanto, aliados do presidente acusam o Vaticano de ser “aliado de uma oligarquia imperialista”.

Atualmente, a Venezuela contabiliza mais de 36 mortes decorrentes dos protestos das últimas semanas contra o governo de Maduro. Orlando Jhosep Medina, jovem de 23 anos, baleado em um confronto no estado de Lara, se tornou uma das vítimas dos conflitos.

Medidas polêmicas de Maduro – como a retirada de imunidades parlamentares e imposições à atuação da Assembleia Nacional – irritaram a oposição, que iniciou as manifestações no dia 4 de abril. Além dos mortos, há dezenas de pessoas feridas e outras centenas detidas pela polícia.

A tensão política na Venezuela se estende desde 2013, com a morte do ex-presidente Hugo Chávez. A crise humanitária instaurada no país afeta também o Brasil, sobrecarregando o sistema público de estados como Roraima. Os países da região, como Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, México, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai, apoiaram a mediação do Vaticano e pediram que o governo venezuelano aceite as condições para o diálogo.

Fonte: ANSA

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