Diácono Renilson Tomaz, SJ
A Semana Santa de 2025 teve um sabor especial, vivenciando o espírito missioneiro no Santuário do Caaró, localizado no município de Caibaté (RS). No próximo ano, comemoraremos os 400 das missões jesuíticas num clima de memória agradecida da presença da Companhia de Jesus neste território. Em meio aos preparativos e articulações das paróquias confiadas aos jesuítas na Diocese de Santo Ângelo (São Miguel, Santa Lúcia e Todos os Santos), pude colaborar com as atividades e celebrações da Semana Santa. Atuou conosco o vocacionado Caio Vitor, integrante do plano de candidatos que chegou a Porto Alegre (RS) em abril.
No Santuário do Caaró, em 1626, foram martirizados São Roque Gonzales, São Afonso Rodrigues e Santo João de Castillo. Desde que o local do martírio foi descoberto, no início do século XX, e construída a igreja do Santuário, multiplicaram-se as peregrinações e romarias. A fonte abençoada por Roque Gonzales tem atributos milagrosos e tornou-se um atrativo da devoção popular. Considerado como o coração das missões, este Santuário foi novamente confiado aos jesuítas há dois anos, inaugurando uma nova fase que pretende consolidar a identidade jesuíta na região missioneira. Estão presentes ali o Ir. Celso Schneider, SJ, grande conhecedor e entusiasta do legado das missões, e o Pe. Anderson Rabelo, SJ, recém destinado ao Santuário.
Ao visitar as ruínas em São Miguel e contemplar a grandiosidade do projeto das reduções, cresce a admiração pela ousadia apostólica destes companheiros jesuítas. Em seu tempo e nas condições possíveis, estes homens empreenderam uma missão de inculturação única com os povos guaranis. E nos perguntamos hoje, percebendo os sinais dos tempos, por onde nos move o Espírito para que continuemos sonhando o Reino de modo tão sublime e corajoso como foram as reduções.