“Não nos calaremos! Pela defesa do território e seus povos”. Este é o tema escolhido para a Semana do Meio Ambiente da Preferência Apostólica Amazônia – PAAM, em 2021. Na chamada para as atividades virtuais programadas entre 1 e 5 de junho, a equipe organizadora reforça a importância de estar em sintonia com aquilo que recomenda a ONU (Organização das Nações Unidas) desde 1972, quando estipulou o Dia Mundial do Meio Ambiente a ser celebrado anualmente no dia 5 de junho. Naquele momento e ainda hoje, a ideia é chamar à atenção das pessoas e dos governos sobre os problemas ambientais e os cuidados necessários da relação do ser humano com o planeta.
De acordo com a equipe, o tema proposto nasce da solidariedade à líder indígena Sônia Guajajara, Coordenadora da APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), que recentemente foi envolvida em uma ação que cerceava a liberdade de expressão do movimento indígena, amplamente noticiada nas grandes mídias. “Além disso, nasce do apoio incondicional aos povos amazônicos que sofrem cotidianamente o silenciamento de suas vozes e, muitas vezes, o silenciamento do seu corpo”, disse Mary Nelys, Analista Social do Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental – SARES.
Em virtude da pandemia, com o necessário distanciamento social, é o segundo ano na qual a Semana Ambiental ocorre com atividades virtuais. As obras e os serviços na PAAM promoveram entre suas redes alguns diálogos com temáticas socioambientais e discussões a partir dos artigos propostos para o evento, escritos pelos padres jesuítas Vanildo Pereira e Sandoval Rocha. Também foi proposto uma atividade de entrevistas e produção de podcast’s com histórias e narrativas amazônicas. O conteúdo serviu de material comunicacional para as redes sociais.
Sem esquecer de atividades permanentes de cuidado que são anterior e ultrapassam a Semana Ambiental, mas se intensificam neste tempo, a exemplo do Centro Alternativo de Cultura – CAC, uma das obras que formam a equipe organizadora. Segundo Suelem Velasco, que atua na administração do centro, “a partir da práxis do encantamento e cuidado com a Casa Comum, o CAC desenvolve processos formativos junto às crianças e adolescentes, com criação de hortas suspensas, espiral de ervas, plantações e cuidado com a terra, além do trabalho de reutilização de materiais que iriam para o lixo.”
Na continuidade da programação, o destaque, nesta manhã de 5 de junho, será a Live no Facebook da PAAM, às 9h30 (horário de Manaus), com o Professor Geógrafo Carlos Walter, responsável por lançar um olhar sobre o cenário socioambiental. Autor de vários livros como: Amazônia, Amazônias (2001); Globalização da Natureza e a natureza da globalização (2006); Amazônia encruzilhada civilizatória: tensões territoriais em curso (2017) e outros; ele também coordena o Laboratório de Estudos de Movimentos Sociais e Territorialidades, grupo de pesquisa vinculado ao Programa de Pós-Graduação do Departamento de Geografia da Universidade Federal Fluminense.
O professor também compartilhará o espaço da Live com lideranças importantes dos povos amazônicos. O momento é conhecido como “Levante de vozes Amazônicas” e tem a participação de Vanuza Cardoso – líder espiritual do Quilombo do Abacatal; Alcebias Sapará – Coordenador Estadual da Juventude Indígena de Roraima; Fabrícia Monteiro – Coordenadora da Comissão de Lagos e Rios de Monte Alegre e Clarice Tukano – Presidente da Associação de Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro.
Também se propôs uma Carta Aberta da PAAM, dirigida à população e seus governos sobre a negligência com a agenda ambiental brasileira por suas autoridades, que impacta e afeta o território amazônico e seus povos, a ser divulgada no Dia Mundial do Meio Ambiente.