Crianças indígenas das etnias Warao e E’ñepá que deixaram seus territórios na Venezuela e migraram para o Brasil, agora, poderão participar de atividades de integração cultural e socioeducativas em Boa Vista (RR). Foi inaugurado pelo SJMR Boa Vista com financiamento do ACNUR, em 8 de janeiro, o projeto “Educação Emergencial Ka’ ubanoko”. Além da proposta de integrar e alfabetizar 60 crianças em português, espanhol e warao, com idades entre 6 e 14 anos, a iniciativa também promoverá ações para praticar a cultura ancestral indígena por meio da promoção de atividades culturais.
O Projeto “Educação Emergencial Ka’ ubanoko” é uma iniciativa do SJMR, que conta com a parceria de várias entidades que atuam na ocupação Ka’ ubanoko. A proposta nasceu de um anseio das lideranças da ocupação, no esforço de garantir a identidade cultural e os direitos dos indígenas migrantes, sobretudo das crianças.
Por não ser permitida a interiorização dos migrantes indígenas em outras cidades do Brasil, muitos ficam vulneráveis, ociosos e parte da sobrevivência depende do que mulheres e crianças arrecadam nas ruas de Boa Vista. “Com o projeto, daremos condições para que essas crianças possam ser incorporadas na escola formal, ainda no ano letivo de 2020s”, destacou a líder da ocupação, Fiorella Lisenni Ramos Blanco.
Além de possibilitar um espaço seguro, onde serão realizadas as atividades socioeducativas, lúdicas, esportivas e culturais, a Escola Integral Indígena – Projeto “Educação Emergencial Ka’ ubanoko” oferecerá uma oportunidade de aprendizagem para essas crianças, que, muitas vezes, se encontram pelas ruas da cidade.
Fonte: SJMR